São Paulo, quinta-feira, 20 de maio de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Grande parte dos investidores esperava que Copom reduziria taxa básica de juros; risco cai 2,1%

Manutenção de juro deve agitar mercado

DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado financeiro deve ter um dia agitado hoje, como reflexo da decisão do Copom em manter a taxa básica de juros inalterada em 16% anuais.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), os contratos DI -que acompanham o sobe-e-desce dos juros- pouco oscilaram ontem à espera da decisão, que saiu apenas depois de o mercado financeiro haver fechado.
A taxa do contrato DI de prazo mais curto encerrou ontem a 15,60%. A taxa embutia a expectativa de um corte de 0,25 ponto percentual na Selic (taxa básica).
Para o fim do ano, o mercado já trabalha com a possibilidade de a taxa básica de juros voltar a ser elevada. O contrato DI mais negociado, que tem prazo de resgate em janeiro de 2005, fechou ontem com taxa de 17,05% ao ano.
A Bovespa deve repercutir negativamente a decisão. Para o mercado acionário, juros mais baixos representariam um estímulo extra aos negócios. Se os juros recuam, as aplicações que acompanham as taxas tendem a perder interesse.
Nos negócios de ontem, o petróleo voltou a subir pela tarde, movimento que teve resposta negativa do mercado. A Bolsa, que chegou a subir mais de 3% pela manhã, fechou com alta de apenas 0,7%. O dólar fechou praticamente estável, a R$ 3,134, depois de recuar 1,3% no início da tarde.
De manhã, o petróleo chegou a cair e deu uma trégua aos temores do mercado, com a sucessão de níveis recordes alcançados pelo preço do barril do produto. A informação de que o aumento dos estoques de gasolina nos EUA ficou abaixo do esperado não agradou aos investidores. Pela tarde, o petróleo voltou a subir.
O risco-país, depois de chegar a 675 pontos, encerrou o dia em 697 pontos, em baixa de 2,1%.
Nesse cenário, a Bolsa paulista não tem conseguido sair do vermelho no mês. No acumulado de maio, as perdas da Bovespa estão em 4,69%. No ano, a desvalorização é muito mais expressiva, ficando em 15,96%.
Para os investidores, ter calma neste momento é difícil. Os fundos de ações acumulam captação líquida (diferença entre resgates e aplicações) negativa de R$ 760,3 milhões neste mês, até o dia 14. Os dados são da Anbid. No ano, os fundos de ações registram captação negativa de R$ 1,5 bilhão. (FABRICIO VIEIRA)


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