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INTEGRAÇÃO
Ministro afirma, com base em conversa com representante dos EUA, que negociações vão demorar até quatro anos
Alca não sai antes de 2009, diz Amorim
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse ontem que as negociações para a formação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) não deverão ser concluídas antes de 2009.
"O horizonte de tempo que surgiu na última conversa que tive
com o representante do Comércio dos Estados Unidos, Robert
Portman, é de três a quatro anos.
As negociações não devem terminar antes de 2009."
Amorim fez uma apresentação
ontem na Câmara dos Deputados
sobre o andamento das negociações da Alca. Segundo ele, não
existe uma definição rígida sobre
como será a Alca ao fim das negociações. "Nunca se colocou para
nós uma definição sobre o que é a
Alca. Depende de que tipo de Alca
se fala. A Alca ainda é uma abstração", disse.
As negociações estão paradas
desde o ano passado por causa
das divergências entre o Brasil,
quer quer incluir o fim dos subsídios agrícolas nas negociações, e
os Estados Unidos, que querem
incluir regras para a propriedade
intelectual e acesso a serviços, o
que o Brasil rejeita.
Como a autorização para o Executivo americano negociar acordos comerciais, que vence em julho, deve ser renovada por mais
dois anos, a conclusão das negociações deverá depender de uma
nova autorização do Congresso
dos Estados Unidos.
União Européia
Ontem, o presidente do Parlamento Europeu, Máximo D'Alema, que esteve em Brasília com
um grupo de parlamentares e técnicos europeus, disse que é preciso uma decisão política para que
haja avanços nas negociações entre o Mercosul e a União Européia, que também estão paradas
por divergências com relação às
ofertas de abertura de mercado
feitas por ambas as partes.
Ele reconheceu que as negociações estão bloqueadas por causa
de dificuldades técnicas. Na última quarta-feira, Amorim acusou
os técnicos europeus de dificultarem as negociações para evitar incluir os temas agrícolas que interessam ao Brasil.
Segundo ele, foi marcada uma
reunião de ministros de Relações
Exteriores do Mercosul e da
União Européia para o dia 26, em
Luxemburgo, para dar um impulso político às negociações.
Ele admitiu, porém, que, como
Comissário de Comércio europeu, Peter Mandelson, não estará
presente, a reunião não poderá
ser conclusiva.
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