São Paulo, sexta-feira, 20 de maio de 2005

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INTEGRAÇÃO

Ministro afirma, com base em conversa com representante dos EUA, que negociações vão demorar até quatro anos

Alca não sai antes de 2009, diz Amorim

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse ontem que as negociações para a formação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) não deverão ser concluídas antes de 2009.
"O horizonte de tempo que surgiu na última conversa que tive com o representante do Comércio dos Estados Unidos, Robert Portman, é de três a quatro anos. As negociações não devem terminar antes de 2009."
Amorim fez uma apresentação ontem na Câmara dos Deputados sobre o andamento das negociações da Alca. Segundo ele, não existe uma definição rígida sobre como será a Alca ao fim das negociações. "Nunca se colocou para nós uma definição sobre o que é a Alca. Depende de que tipo de Alca se fala. A Alca ainda é uma abstração", disse.
As negociações estão paradas desde o ano passado por causa das divergências entre o Brasil, quer quer incluir o fim dos subsídios agrícolas nas negociações, e os Estados Unidos, que querem incluir regras para a propriedade intelectual e acesso a serviços, o que o Brasil rejeita.
Como a autorização para o Executivo americano negociar acordos comerciais, que vence em julho, deve ser renovada por mais dois anos, a conclusão das negociações deverá depender de uma nova autorização do Congresso dos Estados Unidos.

União Européia
Ontem, o presidente do Parlamento Europeu, Máximo D'Alema, que esteve em Brasília com um grupo de parlamentares e técnicos europeus, disse que é preciso uma decisão política para que haja avanços nas negociações entre o Mercosul e a União Européia, que também estão paradas por divergências com relação às ofertas de abertura de mercado feitas por ambas as partes.
Ele reconheceu que as negociações estão bloqueadas por causa de dificuldades técnicas. Na última quarta-feira, Amorim acusou os técnicos europeus de dificultarem as negociações para evitar incluir os temas agrícolas que interessam ao Brasil.
Segundo ele, foi marcada uma reunião de ministros de Relações Exteriores do Mercosul e da União Européia para o dia 26, em Luxemburgo, para dar um impulso político às negociações.
Ele admitiu, porém, que, como Comissário de Comércio europeu, Peter Mandelson, não estará presente, a reunião não poderá ser conclusiva.


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