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Bolsa de SP recua pelo 5º dia; dólar vai a R$ 1,838
EPAMINONDAS NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
As medidas da Alemanha para restringir a especulação financeira ainda causaram mal-estar nos mercados na jornada
de ontem. Em ambiente já carregado pelo pessimismo com a
crise na Europa, investidores
venderam ações e correram para o dólar.
A Bovespa acumulou seu
quinto dia consecutivo de perdas, apagando os ganhos acumulados desde setembro do
ano passado, mês em que os
mercados ainda mal recuperavam as perdas da crise de 2008.
Já na terça à tarde, o investidor não gostou das notícias vindas da Alemanha. Medidas restritivas ao setor financeiro
sempre geram nervosismo,
pois afetam as oportunidades
de lucro de bancos e gestores de
investimentos. Ontem, esse
desconforto atingiu com mais
força as Bolsas.
As perdas do dia começaram
pela Ásia, onde a Bolsa japonesa recuou 0,54%, e a de Hong
Kong, 1,83%. E continuaram
pela Europa, epicentro da crise,
onde os danos foram maiores:
em Londres, as ações caíram
2,81%; em Frankfurt, 2,71%.
A Bolsa de Nova York perdeu
0,63%, e a Nasdaq, 0,81%.
A Bovespa retrocedeu mais
de 2% durante boa parte do dia.
Perto do fim do expediente, alguns viram oportunidades em
ações baratas, o que amenizou
a queda para 1,89%.
Alguns dos papéis mais importantes do mercado doméstico já amargam perdas entre
10% e 15% somente neste mês.
Os estrangeiros não param de
sair da Bolsa brasileira: até segunda, as vendas batem as
compras por R$ 1,4 bilhão.
O dólar ficou mais caro, vendido por R$ 1,838 nas últimas
operações registradas ontem,
em um acréscimo de 0,87% sobre o fechamento anterior.
Sem exagero
"Não há exagero nessa reação
do mercado", afirma Miguel
Daoud, analista da Global Financial Advisor. "Esse problema da Europa vai provocar
uma restrição de liquidez [no
mercado mundial] e isso vai
nos atingir ainda neste ano."
Analistas enxergam poucas
chances de recuperação dos
mercados no curto prazo. A
aversão ao risco é tão alta que
mesmo notícias positivas têm
pouquíssimo efeito: ontem,
nem mesmo a visão mais otimista do banco central sobre a
economia dos EUA evitou o novo dia de perdas.
O Fed (BC) elevou suas projeções de alta do PIB (Produto
Interno Bruto) americano para
uma faixa entre 3,2% e 3,7%,
ante 2,8% e 3,5%, estimativa divulgada em janeiro.
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