São Paulo, quinta-feira, 20 de maio de 2010

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Bolsa de SP recua pelo 5º dia; dólar vai a R$ 1,838

EPAMINONDAS NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

As medidas da Alemanha para restringir a especulação financeira ainda causaram mal-estar nos mercados na jornada de ontem. Em ambiente já carregado pelo pessimismo com a crise na Europa, investidores venderam ações e correram para o dólar.
A Bovespa acumulou seu quinto dia consecutivo de perdas, apagando os ganhos acumulados desde setembro do ano passado, mês em que os mercados ainda mal recuperavam as perdas da crise de 2008.
Já na terça à tarde, o investidor não gostou das notícias vindas da Alemanha. Medidas restritivas ao setor financeiro sempre geram nervosismo, pois afetam as oportunidades de lucro de bancos e gestores de investimentos. Ontem, esse desconforto atingiu com mais força as Bolsas.
As perdas do dia começaram pela Ásia, onde a Bolsa japonesa recuou 0,54%, e a de Hong Kong, 1,83%. E continuaram pela Europa, epicentro da crise, onde os danos foram maiores: em Londres, as ações caíram 2,81%; em Frankfurt, 2,71%.
A Bolsa de Nova York perdeu 0,63%, e a Nasdaq, 0,81%.
A Bovespa retrocedeu mais de 2% durante boa parte do dia. Perto do fim do expediente, alguns viram oportunidades em ações baratas, o que amenizou a queda para 1,89%.
Alguns dos papéis mais importantes do mercado doméstico já amargam perdas entre 10% e 15% somente neste mês. Os estrangeiros não param de sair da Bolsa brasileira: até segunda, as vendas batem as compras por R$ 1,4 bilhão.
O dólar ficou mais caro, vendido por R$ 1,838 nas últimas operações registradas ontem, em um acréscimo de 0,87% sobre o fechamento anterior.

Sem exagero
"Não há exagero nessa reação do mercado", afirma Miguel Daoud, analista da Global Financial Advisor. "Esse problema da Europa vai provocar uma restrição de liquidez [no mercado mundial] e isso vai nos atingir ainda neste ano."
Analistas enxergam poucas chances de recuperação dos mercados no curto prazo. A aversão ao risco é tão alta que mesmo notícias positivas têm pouquíssimo efeito: ontem, nem mesmo a visão mais otimista do banco central sobre a economia dos EUA evitou o novo dia de perdas.
O Fed (BC) elevou suas projeções de alta do PIB (Produto Interno Bruto) americano para uma faixa entre 3,2% e 3,7%, ante 2,8% e 3,5%, estimativa divulgada em janeiro.


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