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BC deve intervir
menos no dólar,
acredita Malan
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
O dólar está supervalorizado frente ao real, mas o Banco Central deveria intervir
menos, pois estas são as regras do jogo. A conclusão é
do ministro da Fazenda brasileiro, Pedro Malan, em palestra e entrevista dadas ontem à tarde em Nova York.
"Há um flagrante exagero
na cotação atual do dólar",
disse Malan. "Mas faz parte
do nosso regime de câmbio
flutuante. Se o mercado acha
neste momento que o dólar
deve ficar supervalorizado,
deveria haver menos intervenção do Banco Central."
Para o ministro, a instituição tem mais condições de
avaliar a situação do que ele,
"mas o BC não deve agir
contra os interesses do mercado. Pode levar mais tempo
assim, mas é melhor."
Quanto às recentes mudanças no câmbio argentino
anunciadas pelo ministro
Domingos Cavallo, Malan
foi condescendente: "Com o
novo sistema, o peso se desvaloriza entre 7% e 8% frente ao dólar. Só neste ano, o
real se desvalorizou mais do
que isso (27,11%), então não
é razoável que digamos que
a medida é inaceitável".
O ministro esteve na cidade para uma palestra na 9ª
Conferência Anual Latino-Americana, evento patrocinado pelo banco Salomon
Smith Barney e o Conselho
das Américas. Entre os 200
presentes no almoço realizado no hotel Waldorf Astoria,
vários investidores estrangeiros e analistas especializados na América Latina.
Um dos participantes da
parte matutina do encontro,
Timothy Purcell, do JP Morgan, destoou do clima de otimismo. Apesar de afirmar
que a América Latina pode
vir a ser mais atraente para
investimentos do que era há
10 anos, Purcell disse que seu
fundo suspendeu temporariamente as atividades na
Argentina.
"O futuro imediato do país
é muito incerto para continuarmos com nossas iniciativas", disse o estrategista,
cujo fundo controla US$ 900
milhões.
"Mas, assim que as coisas
melhorarem, voltaremos
com força." Ele deu um prazo de cinco anos para que a
situação se normalize de vez.
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