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LEILÃO
Petrobras leva boa parte dos blocos, como sócia principal ou minoritária; dos 27 campos em disputa, nove encalharam
ANP vende 18 áreas para explorar petróleo
ISABEL CLEMENTE
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Foram vendidas ontem 18 novas
concessões para a exploração de
petróleo e gás no Brasil. O resultado representa aumento de 50%
sobre o número de áreas concedidas pela ANP (Agência Nacional
do Petróleo) em leilões, desde
1999, quando a iniciativa privada
passou a poder investir no ramo
sem ter que fechar parcerias com
a Petrobras.
Empresas estrangeiras e brasileiras puderam disputar 27 áreas
ontem, mas nove encalharam,
sendo quatro na bacia de Santos,
onde estão algumas das últimas
boas descobertas da Petrobras.
A Petrobras repetiu o apetite
das duas rodadas anteriores. Levou boa parte dos blocos, como
operadora (sócia principal) ou
parceira minoritária.
A estatal está em sete das 18
áreas vendidas, em seis das quais
como operadora. A estratégia da
empresa foi definida pelo presidente Henri Philippe Reichstul:
"Procuramos blocos em geral vizinhos aos nossos".
Para o diretor-geral da ANP,
David Zylbersztajn, a estatal já
não mostra o fôlego de antes.
"Queremos ver até onde a Petrobras vai chegar. Ela tem o limite
[de investimentos" dela."
A ANP arrecadou R$ 461,09 milhões com os lances mínimos, valor R$ 7 milhões menor do que o
arrecadado com a venda de 21
blocos da segunda rodada, no ano
passado. As ofertas sempre disparam em relação aos preços mínimos, fixados em R$ 100 mil, R$
200 mil e R$ 300 mil.
Zylbersztajn explica que não se
pode falar em ágio porque os preços mínimos têm uma função
meramente legal. "A lei exige um
preço mínimo. O correto seria
não ter", disse Zylbersztajn. São
investimentos, completa, de alto
risco destinados a algo que ainda
não se conhece, no caso, descoberta de petróleo ou gás.
O maior lance foi feito por uma
empresa novata no país. A americana Phillips Petroleum ofereceu
R$ 117,74 milhões por um bloco
na bacia do Espírito Santo, no leilão mais disputado de ontem.
Houve quatro ofertas, inclusive
de um consórcio formado pela
Petrobras e pela gigante Esso. A
Petrobras só não aumentou ainda
mais sua participação porque deu
quatro lances perdedores em parcerias.
Conteúdo nacional
Para ser considerado vencedor,
o concorrente deve garantir um
percentual mínimo de conteúdo
nacional nas contratações de serviços e equipamentos durante as
fases de exploração e desenvolvimento dos campos de petróleo.
O percentual médio oferecido
no primeiro dia do leilão caiu em
relação à média conseguida no
ano passado. As empresas se
comprometeram, desta vez, a adquirir 26,67% na fase da exploração e 36,67% na de desenvolvimento.
A Esso chegou a oferecer 5%, o
mínimo exigido pela ANP, num
lance em que saiu vencedora associada à Petrobras e à americana
Kerr McGee. Não houve concorrentes. Na segunda rodada, os índices médios foram de 41% (exploração) e de 47% (desenvolvimento).
As empresas têm três anos para
explorar livremente as áreas arrematadas. Ao final desse prazo, são
obrigadas a devolver metade da
área para a ANP.
Portanto já devem saber que pedaço vão querer manter para
prosseguir com os trabalhos exploratórios, que podem durar até
nove anos.
Até hoje não há descobertas notificadas em nenhuma das áreas
concedidas em leilão pela ANP.
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