São Paulo, quarta-feira, 20 de junho de 2001

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RECALL

Segundo congressistas, algumas marcas colocadas no modelo Explorer durante troca são menos seguras que a original

Ford é acusada de trocar pneu ruim por pior

DA REDAÇÃO

A montadora norte-americana Ford pode estar trocando pneus da marca Firestone de seus veículos por produtos menos seguros, de acordo com a análise de congressistas dos EUA.
A companhia também está ameaçada de ter seu modelo Explorer testado pelo governo norte-americano. Acidentes com o modelo causaram 203 mortes e feriram mais de 700 pessoas.
Os acidentes envolveram estouros de pneus da marca Firestone e capotagens, o que levou a montadora a decidir fazer um recall do modelo para trocar os pneus.
Os congressistas analisaram os pneus que a Ford está instalando em seus automóveis -produzidos por Michelin, Continental, Goodyear, General, BF Goodrich e Uniroyal- para substituir os da Firestone. Eles descobriram que alguns apresentaram mais defeitos que os originais.
De acordo com os congressistas, uma das marcas apresentou 124 reclamações de defeitos por mil pneus produzidos. O modelo da Firestone usado no Explorer apresentava cinco reclamações de defeitos por mil pneus produzidos. Não foram identificados os produtos que apresentaram altas taxas de defeitos.
O programa de troca dos pneus anunciado pela Ford deverá custar à montadora US$ 3 bilhões. A companhia planeja trocar 13 milhões de pneus.
O comitê pretende perguntar à administração nacional de segurança nas estadas do país se essas informações justificam uma campanha de alerta à população.

Teste
Ontem, o funcionário do departamento de transporte dos EUA Michael Jackson anunciou que o governo pretende investigar o desenho do modelo Explorer.
Após o anúncio do recall dos pneus do modelo, em maio, a Firestone pediu ao governo que investigasse a direção e a estabilidade do Explorer.
O presidente da montadora, Jacques Nasser, discutiu ontem no Congresso norte-americano com o congressista Billy Tauzin, que investiga o recall dos pneus.
Nasser reclamou da pressão do Congresso, e disse que não tinha conhecimento dos defeitos nos modelos. Segundo ele, se for comprovado que a informação é verdadeira, os pneus serão trocados novamente. "Se os dados estiverem corretos, não esperaremos 30 dias. Agiremos em 30 segundos."


Com agências internacionais



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