São Paulo, quinta-feira, 20 de julho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Para empresários e centrais, queda tem que ser mais rápida

DA REPORTAGEM LOCAL

Indústria, comércio e trabalhadores criticaram a decisão do Copom de reduzir a taxa básica de juros em meio ponto percentual, conforme previa o mercado financeiro. Para eles, há espaço para uma queda mais acelerada e acentuada.
A decisão "frustrou" a indústria, segundo Carlos Eduardo Moreira Ferreira, presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria). "Os juros reais permanecem em cerca de 10% ao ano. Essa taxa está muito acima das praticadas em economias estáveis e pelos concorrentes do Brasil nos mercados mundiais", afirmou.
Para a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), a "taxa Selic pode cair mais: só o BC não vê".
Na avaliação do diretor do departamento de economia do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Boris Tabacof, embora "ainda seja a maior taxa de juros nominal do planeta", a redução da Selic em meio ponto, fez com que atingisse o menor valor das últimas décadas -14,75% ao ano.
"Apesar da turbulência externa, com repercussão sobre o preço do barril do petróleo, há motivos para que o país atravesse com serenidade esse momento de tensão. O saldo comercial deverá ficar próximo dos US$ 40 bilhões e não há sinais de que possa ocorrer fuga de capitais", disse Tabacof. Para ele, o BC não pode deixar "escapar" a oportunidade de reduzir os juros rapidamente.
"O importante é que a ata da reunião transmita a continuidade da redução dos juros nos próximos meses, uma vez que as taxas no Brasil continuam sendo as maiores do mundo e um grande inibidor dos investimentos, da produção e do consumo", afirma Marcel Solimeo, da Associação Comercial de São Paulo.
A CUT mandou um "recado do mundo real" para o comitê. "Senhores do Copom, a redução anunciada é pequena demais. Juros básicos excessivos, ainda que os menores da série histórica, não combinam com crescimento econômico, geração de emprego e distribuição de renda", disse Artur Henrique, presidente da central.
Para a Força Sindical, é preciso "ousar mais" e "acelerar" a redução. "Passar de 15,25% para 14,75% é pouco para estimular investimentos necessários para a geração de empregos", afirmou João Carlos Gonçalves, presidente da Força.


Texto Anterior: Redução para o consumidor é de 0,04 ponto percentual, diz estudo
Próximo Texto: Taxas mostram estabilidade da inflação
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.