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Para empresários e centrais, queda tem que ser mais rápida
DA REPORTAGEM LOCAL
Indústria, comércio e trabalhadores criticaram a decisão
do Copom de reduzir a taxa básica de juros em meio ponto
percentual, conforme previa o
mercado financeiro. Para eles,
há espaço para uma queda mais
acelerada e acentuada.
A decisão "frustrou" a indústria, segundo Carlos Eduardo
Moreira Ferreira, presidente
da CNI (Confederação Nacional da Indústria). "Os juros
reais permanecem em cerca de
10% ao ano. Essa taxa está muito acima das praticadas em economias estáveis e pelos concorrentes do Brasil nos mercados
mundiais", afirmou.
Para a Fiesp (Federação das
Indústrias do Estado de São
Paulo), a "taxa Selic pode cair
mais: só o BC não vê".
Na avaliação do diretor do
departamento de economia do
Ciesp (Centro das Indústrias
do Estado de São Paulo), Boris
Tabacof, embora "ainda seja a
maior taxa de juros nominal do
planeta", a redução da Selic em
meio ponto, fez com que atingisse o menor valor das últimas
décadas -14,75% ao ano.
"Apesar da turbulência externa, com repercussão sobre o
preço do barril do petróleo, há
motivos para que o país atravesse com serenidade esse momento de tensão. O saldo comercial deverá ficar próximo
dos US$ 40 bilhões e não há sinais de que possa ocorrer fuga
de capitais", disse Tabacof. Para ele, o BC não pode deixar
"escapar" a oportunidade de
reduzir os juros rapidamente.
"O importante é que a ata da
reunião transmita a continuidade da redução dos juros nos
próximos meses, uma vez que
as taxas no Brasil continuam
sendo as maiores do mundo e
um grande inibidor dos investimentos, da produção e do consumo", afirma Marcel Solimeo,
da Associação Comercial de
São Paulo.
A CUT mandou um "recado
do mundo real" para o comitê.
"Senhores do Copom, a redução anunciada é pequena demais. Juros básicos excessivos,
ainda que os menores da série
histórica, não combinam com
crescimento econômico, geração de emprego e distribuição
de renda", disse Artur Henrique, presidente da central.
Para a Força Sindical, é preciso "ousar mais" e "acelerar" a
redução. "Passar de 15,25% para 14,75% é pouco para estimular investimentos necessários
para a geração de empregos",
afirmou João Carlos Gonçalves, presidente da Força.
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