São Paulo, sexta-feira, 20 de julho de 2007

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China cresce 11,9% no segundo trimestre

Expansão é a maior desde 1995 e aproxima país da Alemanha na disputa pelo posto de terceira maior economia mundial

No primeiro semestre, PIB chinês avançou 11,5%, ainda distante da meta do governo, que deseja um crescimento de 8% ao ano

Reuters
Funcionário trabalha em tecelagem chinesa; crescimento gera preocupações sobre a possibilidade de o país entrar em superaquecimento

DA REDAÇÃO

Apesar das promessas do governo chinês de tentar conter o crescimento, a economia do país se expandiu em 11,9% entre abril e junho deste ano, o maior avanço para um trimestre desde 1995. O resultado aproximou a China da Alemanha na disputa pelo posto de terceira maior economia do mundo, mas também gerou preocupações sobre a possibilidade de o país entrar em superaquecimento.
O crescimento da China foi impulsionado principalmente pelo superávit da balança comercial e pelos investimentos em novas fábricas e imóveis, que o governo não conseguiu diminuir com as duas altas das taxas de juros e as restrições aos empréstimos bancários que promoveu neste ano
Nos primeiros três meses deste ano, a economia chinesa se acelerou em 11,1%, e o crescimento do primeiro semestre ficou em 11,5%. A meta oficial do governo é de uma expansão de 8% do PIB (Produto Interno Bruto). Na semana passada, Pequim revisou para 11,1% a expansão do ano passado -a estimativa anterior era que ela tivesse acelerado 10,7%.
De acordo com analistas, crescem as pressões para que o governo chinês tome medidas para conter seu crescimento -e diminuir as especulações sobre superaquecimento. Segundo eles, Pequim deveria elevar novamente a sua taxa de juros ou permitir a valorização da sua moeda, o yuan. A valorização do yuan tiraria parte da competitividade dos produtos chineses, dificultando a sua exportação e retirando pressão sobre a economia local.
A moeda chinesa é alvo de críticas do governo dos EUA, que acusa Pequim de mantê-la desvalorizada artificialmente, prejudicando as exportações americanas. E, apesar de recentemente Washington ter restringido a importação de alguns produtos chineses por problemas sanitários, o país asiático teve um superávit comercial recorde no primeiro semestre deste ano, de cerca US$ 112 bilhões, e a maior parte do saldo veio de transações com os Estados Unidos.

Medidas
Li Xiaochao, porta-voz do Escritório Nacional de Estatísticas chinês, afirmou que o governo tomará medidas para "mudar o padrão do crescimento econômico e aprofundar a reforma", mas não deu detalhes sobre quais medidas serão tomadas.
A eventual desaceleração do país reduziria a demanda por matérias-primas e componentes produzidos em outras regiões. Na semana passada, a mineradora anglo-australiana Rio Tinto ofereceu US$ 38 bilhões pela canadense Alcan e disse que um dos fatores que influenciaram a decisão foi a demanda chinesa por minério de ferro.

Inflação
A inflação do país subiu para 4,4% em junho, a taxa de expansão mais acelerada desde setembro de 2004, e ultrapassou a meta do BC chinês, de 3%, pelo quarto mês consecutivo.
A escassez de suínos causada pelo surto de uma doença e a disparada dos preços internacionais dos grãos estão entre os principais impulsionadores da inflação chinesa, que representa mais um complicador para os esforços do banco central de conter os impopulares aumentos de preços.


Com agências internacionais


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