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Paraná volta a ser o maior produtor de grãos, aponta IBGE
Estado havia perdido o posto para Mato Grosso em 2005; RS se recupera da fase de estiagens e amplia participação
No ranking de municípios, os de MT são afetados pela
perda com preços da soja;
São Desidério (BA) foi o que gerou maior renda agrícola
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
O Paraná retomou no ano
passado o posto de maior produtor brasileiro de grãos, com
participação de 19,8% na safra
nacional. Em 2005, a primeira
posição havia ficado com Mato
Grosso, que colheu 18,9% de todos os grãos produzidos no
Brasil no ano passado, segundo
o IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística).
Afetado por fortes estiagens
em 2004 e 2005 e pela descapitalização dos agricultores, o Rio
Grande do Sul reagiu no ano
passado. Saltou de uma participação de 10,4% na safra de
2005 para 17% na de 2006, cuja
produção total somou 117,3 milhões de toneladas -4,1% mais
do que em 2005.
O Paraná é o maior produtor
de feijão, milho, trigo, aveia e
cevada. É ainda o segundo principal fornecedor de soja. Mato
Grosso lidera em soja e algodão. O Rio Grande do Sul tem a
dianteira na produção de arroz.
Se 2006 marcou um ano de
recuperação nos volumes de
grãos produzidos, o mesmo não
ocorreu com os preços, especialmente os da soja. O resultado foi uma queda de 15,1% no
valor total da produção de
grãos no país, estimado em R$
40,961 bilhões.
Segundo o IBGE, o cenário
de preços mais baixos e de menor rentabilidade das lavouras
explica a retração do valor da
produção agrícola de grãos e cereais. Em boa parte, é reflexo do
câmbio, que reduziu o rendimento auferido pelos agricultores nas exportações.
"A diminuição [do rendimento] está relacionada à valorização do real, que afetou principalmente a soja e o algodão
[produtos típicos de exportação]", disse Carlos Alfredo Barreto Guedes, técnico do IBGE.
Por conta da falta de chuvas e
do desestímulo ao plantio trazido pelos preços baixos, a área
cultivada de grãos diminuiu
5,2% (ou 2,5 milhões de hectares) em relação a 2005. A queda
interrompeu uma seqüência de
crescimento da área plantada
iniciada em 2001.
Algumas culturas, porém,
compensaram a queda da área
com alta de produtividade. É o
caso da soja, cuja safra de 2006
foi a maior da história do país
-52,5 milhões de toneladas,
com alta de 2,5% ante 2005.
A safra de milho, segundo
produto agrícola mais importante do país, subiu 21,5%, recuperando-se dos efeitos das
estiagens que afetaram o Sul.
Ranking dos municípios
Em conseqüência da retração do valor produzido, principalmente da soja, municípios
de Mato Grosso perderam rentabilidade e o posto de cidade
que gera a maior renda agrícola. A campeã de 2006 foi São
Desidério, no oeste da Bahia. A
cidade é a maior produtora nacional de algodão.
Já em volume, a liderança ficou com Sorriso (MT). O município produziu 2,238 milhões
de toneladas de grãos em 2006,
com alta de 9,6% ante 2005. A
cidade é principal produtora de
soja do país, com 3,4% do total
da safra brasileira.
No caso do arroz, o maior
produtor é Uruguaiana, no Rio
Grande do Sul. A safra nacional
do cereal, no entanto, caiu
12,6% de 2005 para 2006.
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