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PETROQUÍMICA
Empresa é fusão da Copene com negócios dos grupos Odebrecht e Mariani
Braskem é 5ª maior indústria do país
EDUARDO CUCOLO
DA FOLHA ONLINE
A petroquímica Braskem, empresa que surge da reestruturação
do setor no país, será a maior da
América Latina e a quinta indústria privada do país. A empresa é
o resultado da fusão da Copene
com os negócios petroquímicos
dos grupos Odebrecht e Mariani
(OPP, Trikem e Nitrocarbono).
Entre os primeiros planos da gigante, que teve sua criação aprovada pelos acionistas na última
sexta-feira, estão a redução de
uma dívida classificada por analistas como "preocupante" e o
lançamento de ADRs (recibo de
ações negociado na Bolsa de Nova
York).
O lançamento dos ADRs da
Braskem nos EUA está marcado
para o dia 19 de setembro. Os papéis vão substituir os ADRs da
Copene. No Brasil, a mudança será realizada no próximo dia 2.
Segundo o presidente da empresa, José Carlos Grubisich, a
Braskem também pretende atingir em breve os níveis diferenciados de governança corporativa da
Bovespa, o que vai garantir ao
acionista minoritário maior
transparência e garantias sobre o
seu investimento.
Segundo Grubisich, a companhia deve chegar ao nível 1 da Bovespa (garantia de transparência
nos seus resultados e ações) "em
breve" e ao nível 2 (aumento do
direito dos acionistas minoritários) dentro de dois anos.
Uma das exigências já está garantida, pois a companhia nasce
com 25% das suas ações nas mãos
do mercado, disponíveis para serem negociadas na Bolsa.
Grubisich citou também a aprovação do "tag along" na assembléia que criou a companhia, o
que garante aos acionistas minoritários o direito de vender suas
ações nas mesmas condições que
os controladores, na hipótese de
mudança no controle acionário
da Braskem.
Segundo ele, ainda não há prazo
para um acordo entre os controladores e os acionistas minoritários
da Trikem, Polialden e Nitrocarbono, que também serão incorporadas à Braskem em uma segunda etapa da fusão da companhia.
No caso da Polialden, a briga
com os minoritários na Justiça
pelo pagamento de dividendos
deve se estender por mais tempo.
A disputa com os pequenos acionistas é um dos fatores responsável pelo atraso na fusão que originou a Braskem.
Dívida
Segundo Grubisich, a Braskem
pretende reduzir "significativamente" o seu endividamento dentro dos próximos três anos.
Ele disse discordar de análises
que apontam o endividamento da
empresa, hoje em R$ 5,7 bilhões,
como preocupante.
Grubisich apontou vários fatores que contribuirão para reduzir
o endividamento da companhia,
como a economia de R$ 330 milhões por ano que será feita com a
fusão dos negócios, além de um
caixa anual de R$ 1,5 bilhão.
Outro ponto, segundo Grubisich, é o aumento de preços no
mercado petroquímico, que está
fazendo as empresas do setor recuperarem suas margens, um
processo que deve durar até 2006.
Dólar
A dívida da Braskem não foi significativamente afetada pela variação cambial neste ano, segundo Grubisich.
"O efeito do câmbio teve um
impacto neutro sobre a dívida,
pois os vencimentos de até 12 meses estão protegidos", disse Grubisich. "Contratamos "hedge" com
um câmbio competitivo, entre R$
2,30 e R$ 2,35."
Da dívida total da empresa, 28%
são vencimentos de até 12 meses,
e estão protegidos da variação
cambial.
Os grupos Odebrecht e Mariani
terão participação de 48% no capital total da Braskem, enquanto a
Norquisa terá 12%, Petroquisa
com 11%, Previ com 3%, Petros fica com 1%, e os demais 25% estão
em circulação no mercado.
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