São Paulo, terça-feira, 20 de agosto de 2002

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Superávit comercial chega a US$ 4,6 bilhões

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 194 milhões na semana passada. Com isso, o superávit acumulado no ano subiu para US$ 4,634 bilhões, segundo os dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento.
Na semana passada, as exportações somaram US$ 1,216 bilhão e as importações ficaram em US$ 1,022 bilhão. O dado parcial de agosto mostra um superávit de US$ 831 milhões.
A mais de quatro meses do fim do ano, o governo está próximo da meta de superávit comercial de US$ 6 bilhões para 2002. A meta, a princípio estabelecida em US$ 5 bilhões pelo Ministério do Desenvolvimento, foi revista no mês passado pelo Banco Central, devido ao recuo nas importações, motivado principalmente pela alta do dólar.
Até o mês passado, as importações já haviam caído 18,9% com relação aos sete primeiros meses do ano passado, enquanto as exportações registraram queda de 7,7%, no mesmo período.
O problema é que os exportadores não estão conseguindo aproveitar a taxa de câmbio mais favorável, que deixa os produtos brasileiros mais baratos no exterior, para alavancar as vendas.
Apesar de o dólar estar cotado a R$ 3,105, conforme fechamento do câmbio ontem, não há crédito disponível no mercado para financiar as exportações.
Para aliviar a situação, o governo vai injetar até o fim do ano R$ 7,8 bilhões no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômicos e Social) para financiar as exportações, e o Banco Central lança hoje uma linha de crédito de mais US$ 2 bilhões.
Mas o mercado estima que os recursos são insuficientes. O ex-secretário da Camex (Câmara de Comércio Exterior), Roberto Giannetti da Fonseca, calcula que faltam cerca de R$ 30 bilhões no mercado para financiar as vendas.
De janeiro até a semana passada, as exportações somavam US$ 34,345 bilhões e as importações US$ 29,711 bilhões. Apesar da diminuição do fluxo de comércio, o bom desempenho da balança comercial neste ano, causado pela queda das importações e não pelo aumento das vendas, levou o governo a estimar em pelo menos US$ 8 bilhões o superávit comercial para o próximo ano
O governo espera um crescimento das exportações para os países asiáticos, principalmente para a China, que acaba de aderir à OMC (Organização Mundial do Comércio), para o México e países andinos, com quem o Brasil negocia acordos comerciais.
Em relação à segunda semana de agosto, os dados da semana passada mostram que houve queda de 8,2% na média diária de exportações. Na terceira semana, as exportações ficaram em US$ 243,2 milhões contra US$ 264,9 milhões registrados na segunda semana do mês.
A queda foi mais forte no segmento de manufaturados: 27,1%. Nos básicos, a queda foi de 7,2%. As importações cresceram 17,5% em relação à segunda semana do mês. Esse resultado, no entanto, não foi decorrente de aumento na quantidade importadas.
A causa do crescimento do volume importado foi o aumento no gasto com combustíveis e lubrificantes, químicos orgânicos e inorgânicos, veículos e automóveis e partes, plásticos e obras, cereais e produtos de moagem.


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