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Superávit comercial chega a US$ 4,6 bilhões
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A balança comercial registrou
saldo positivo de US$ 194 milhões
na semana passada. Com isso, o
superávit acumulado no ano subiu para US$ 4,634 bilhões, segundo os dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento.
Na semana passada, as exportações somaram US$ 1,216 bilhão e
as importações ficaram em US$
1,022 bilhão. O dado parcial de
agosto mostra um superávit de
US$ 831 milhões.
A mais de quatro meses do fim
do ano, o governo está próximo
da meta de superávit comercial de
US$ 6 bilhões para 2002. A meta, a
princípio estabelecida em US$ 5
bilhões pelo Ministério do Desenvolvimento, foi revista no mês
passado pelo Banco Central, devido ao recuo nas importações, motivado principalmente pela alta
do dólar.
Até o mês passado, as importações já haviam caído 18,9% com
relação aos sete primeiros meses
do ano passado, enquanto as exportações registraram queda de
7,7%, no mesmo período.
O problema é que os exportadores não estão conseguindo aproveitar a taxa de câmbio mais favorável, que deixa os produtos brasileiros mais baratos no exterior,
para alavancar as vendas.
Apesar de o dólar estar cotado a
R$ 3,105, conforme fechamento
do câmbio ontem, não há crédito
disponível no mercado para financiar as exportações.
Para aliviar a situação, o governo vai injetar até o fim do ano R$
7,8 bilhões no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômicos e Social) para financiar
as exportações, e o Banco Central
lança hoje uma linha de crédito de
mais US$ 2 bilhões.
Mas o mercado estima que os
recursos são insuficientes. O ex-secretário da Camex (Câmara de
Comércio Exterior), Roberto
Giannetti da Fonseca, calcula que
faltam cerca de R$ 30 bilhões no
mercado para financiar as vendas.
De janeiro até a semana passada, as exportações somavam US$
34,345 bilhões e as importações
US$ 29,711 bilhões. Apesar da diminuição do fluxo de comércio, o
bom desempenho da balança comercial neste ano, causado pela
queda das importações e não pelo
aumento das vendas, levou o governo a estimar em pelo menos
US$ 8 bilhões o superávit comercial para o próximo ano
O governo espera um crescimento das exportações para os
países asiáticos, principalmente
para a China, que acaba de aderir
à OMC (Organização Mundial do
Comércio), para o México e países andinos, com quem o Brasil
negocia acordos comerciais.
Em relação à segunda semana
de agosto, os dados da semana
passada mostram que houve queda de 8,2% na média diária de exportações. Na terceira semana, as
exportações ficaram em US$
243,2 milhões contra US$ 264,9
milhões registrados na segunda
semana do mês.
A queda foi mais forte no segmento de manufaturados: 27,1%.
Nos básicos, a queda foi de 7,2%.
As importações cresceram 17,5%
em relação à segunda semana do
mês. Esse resultado, no entanto,
não foi decorrente de aumento na
quantidade importadas.
A causa do crescimento do volume importado foi o aumento no
gasto com combustíveis e lubrificantes, químicos orgânicos e
inorgânicos, veículos e automóveis e partes, plásticos e obras, cereais e produtos de moagem.
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