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Produto alivia crises brasileira e argentina
DA REDAÇÃO
O setor da soja vive "anos mágicos e inesquecíveis", diz Fernando Muraro. Segundo ele, "nunca se ganhou tanto com o produto no Brasil". Esses ganhos ocorrem não só devido ao aumento de produção, mas também à alta dos
preços externos, que refletem imediatamente nos internos.
O ganho líquido dos produtores, feitas as contas em reais, chega a 140% por saca. Em dólares, a 100%. A soja é um verdadeiro bem nas mãos dos produtores.
Segundo um produtor paranaense que não quis se identificar, os
lucros são certos, mas o problema é "o que fazer com o dinheiro neste momento de transição".
Para esse mesmo produtor, o melhor é deixar a soja sem vender e esperar um bom momento para a comercialização. Segundo seu raciocínio, se vender o produto
agora, terá de aplicar no sistema financeiro, que é menos seguro
do que a soja, que vale dólar.
De fato, a soja vale dólar e está
auxiliando inclusive o Brasil e a
Argentina a amenizar a crise da
balança comercial dos dois países.
O saldo das exportações do grupo
soja deverá atingir US$ 5,7 bilhões
no Brasil nos cálculos da Abiove, a
associação das indústrias brasileiras do setor da oleaginosa. Esse
valor supera em 15% as previsões
anteriores.
Para o próximo ano, devido ao
aumento da área plantada e da safra maior, as receitas brasileiras
com a soja poderão chegar a US$
7 bilhões, segundo cálculos conservadores do mercado.
Na Argentina, o efeito da soja é
ainda mais forte na balança comercial. Alberto Rodrigues, da câmara da indústria de soja argentina, correspondente à Abiove brasileira, diz que os preços elevados do produto no mercado externo vão permitir receita de US$ 5 bilhões, 19% de todas as exportações do país. No próximo ano, as receitas poderão chegar a US$ 6 bilhões, diz ele.
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