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CAPITAL EXTERNO
Apesar de alta de 15,5%, retomada mais forte será no próximo ano
Investimento maior ficará para 2005
SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os investimentos estrangeiros
começaram a reagir no primeiro
semestre do ano, quando o volume de recursos que ingressou no
país cresceu 15,5%, totalizando
US$ 4 bilhões. Com a reativação
da economia, nos últimos meses,
as empresas estrangeiras começam a analisar a possibilidade de
expandir os negócios no país.
A retomada mais forte, entretanto, só deverá acontecer no próximo ano, quando, segundo projeção da Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas
Transnacionais e da Globalização
Econômica), os investimentos diretos de estrangeiros deverão
atingir US$ 15 bilhões - 50% acima do previsto para este ano.
"Neste ano, o crescimento da
economia deve se consolidar com
uma taxa de expansão do PIB
[Produto Interno Bruto] de 4%, e
devem ser resolvidas as pendências regulatórias na área de infra-estrutura", diz Antônio Corrêa de
Lacerda, presidente da Sobeet.
Em conseqüência desse processo,
as empresas estrangeiras devem
desengavetar projetos que ficaram congelados nos últimos anos.
Para os economistas, o aumento
dos investimentos é considerado
a mola do crescimento sustentado. Entretanto, a taxa de investimento da economia, estimada em
18% do PIB, é insuficiente para
manter o ritmo atual da expansão
da produção no longo prazo, segundo analistas.
No primeiro semestre, as grandes empresas ficaram em compasso de espera, observando a
reação da economia. Segundo Lacerda, as companhias estrangeiras só decidem ampliar suas operações quando fica claro o processo de recuperação econômica.
É o caso da francesa Saint Gobain, fabricante de vidros automotivos, por exemplo. Ela vem
tentando atender o aumento da
demanda das montadoras com
novas contratações que levarão à
fábrica ao limite de sua capacidade. "Se o mercado interno aumentar mais, vamos decidir com
a matriz se investimos em aumento de capacidade ou reduzimos as
exportações", diz Renato Holzhein, diretor geral da empresa.
Novas oportunidades
As empresas de capital espanhol
que nos últimos dez anos investiram US$ 29 bilhões no país, também começam a analisar novas
oportunidades de negócios no
país. "O quadro atual é muito
atrativo, há um grande interesse
em investir e estamos incentivando as pequenas e médias empresas a fazerem negócios no Brasil ",
diz Vicente Rego Manito, presidente da Cámara Oficial Española
de Comercio en Brasil.
Já as empresas alemãs têm um
programa de investimentos pesados no país. Segundo dados da
Câmara de Comércio e Indústria
Brasil-Alemanha, a projeção das
empresas sediadas no país é investir US$ 7,7 bilhões em cinco
anos (de 2002 a 2007).
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