São Paulo, sexta-feira, 20 de agosto de 2004

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CAPITAL EXTERNO

Apesar de alta de 15,5%, retomada mais forte será no próximo ano

Investimento maior ficará para 2005

SANDRA BALBI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os investimentos estrangeiros começaram a reagir no primeiro semestre do ano, quando o volume de recursos que ingressou no país cresceu 15,5%, totalizando US$ 4 bilhões. Com a reativação da economia, nos últimos meses, as empresas estrangeiras começam a analisar a possibilidade de expandir os negócios no país.
A retomada mais forte, entretanto, só deverá acontecer no próximo ano, quando, segundo projeção da Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica), os investimentos diretos de estrangeiros deverão atingir US$ 15 bilhões - 50% acima do previsto para este ano.
"Neste ano, o crescimento da economia deve se consolidar com uma taxa de expansão do PIB [Produto Interno Bruto] de 4%, e devem ser resolvidas as pendências regulatórias na área de infra-estrutura", diz Antônio Corrêa de Lacerda, presidente da Sobeet. Em conseqüência desse processo, as empresas estrangeiras devem desengavetar projetos que ficaram congelados nos últimos anos.
Para os economistas, o aumento dos investimentos é considerado a mola do crescimento sustentado. Entretanto, a taxa de investimento da economia, estimada em 18% do PIB, é insuficiente para manter o ritmo atual da expansão da produção no longo prazo, segundo analistas.
No primeiro semestre, as grandes empresas ficaram em compasso de espera, observando a reação da economia. Segundo Lacerda, as companhias estrangeiras só decidem ampliar suas operações quando fica claro o processo de recuperação econômica.
É o caso da francesa Saint Gobain, fabricante de vidros automotivos, por exemplo. Ela vem tentando atender o aumento da demanda das montadoras com novas contratações que levarão à fábrica ao limite de sua capacidade. "Se o mercado interno aumentar mais, vamos decidir com a matriz se investimos em aumento de capacidade ou reduzimos as exportações", diz Renato Holzhein, diretor geral da empresa.

Novas oportunidades
As empresas de capital espanhol que nos últimos dez anos investiram US$ 29 bilhões no país, também começam a analisar novas oportunidades de negócios no país. "O quadro atual é muito atrativo, há um grande interesse em investir e estamos incentivando as pequenas e médias empresas a fazerem negócios no Brasil ", diz Vicente Rego Manito, presidente da Cámara Oficial Española de Comercio en Brasil.
Já as empresas alemãs têm um programa de investimentos pesados no país. Segundo dados da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, a projeção das empresas sediadas no país é investir US$ 7,7 bilhões em cinco anos (de 2002 a 2007).


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