São Paulo, quinta, 20 de agosto de 1998

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Iene volta a subir com temor de intervenção

das agências internacionais

As declarações de altos funcionários da área financeira do governo do Japão, a respeito de uma intervenção em favor do valor do iene, continuaram elevando as cotações da moeda japonesa.
"O tempo em que o Japão intervirá para erguer o iene está próximo", afirmou na quarta-feira o vice-ministro das Finanças Eisuke Sakakibara, conhecido como "Mister Iene" por sua influência.
"O enfraquecimento do iene deve reverter", acrescentou o diretor do escritório internacional do ministério, Haruhiko Kuroda.
A moeda japonesa fechou ontem, em Nova York, a 144,01 por dólar, contra 144,92 no dia anterior. Mais cedo, havia chegado à cotação de 143,65 por dólar, seu nível mais alto desde 6 de agosto.
"Há um monte de declarações do Japão sobre intervenção, e eles podem apoiar o iene com alguma ação", afirmou Shahid Ikram, da Commercial Union Asset Management de Londres. "Ele (Sakakibara) está definitivamente assustando o mercado", concordou um investidor de Tóquio.
O medo de uma intervenção voltou ontem depois que Sakakibara, que está num seminário nos Estados Unidos esta semana, afirmou que pretende conversar com o vice-secretário do Tesouro norte-americano, Lawrence Summers.
Ele não revelou qual seria o conteúdo da conversa. O Japão e os Estados Unidos intervieram no mercado, comprando ienes, em 17 de junho, depois que a moeda japonesa atingiu o nível de 146,78 por dólar -o mais baixo em oito anos, que foi superado na semana passada.
Ajudada pela alta do iene e impulsionada pelos bons resultados dos mercados no dia anterior, a Bolsa japonesa também fechou com ganhos. O índice Nikkei, que reúne as ações mais negociadas, subiu 342,55 pontos, ou 2,3%.
As altas das Bolsas do Japão e de Hong Kong espalharam-se pelos outros mercados da região. Na Coréia do Sul, a Bolsa subiu 3,7%, em Taiwan, 1,6%, em Cingapura, 0,2%, e nas Filipinas, 3,1%.
Na Malásia, a declaração do premiê Mahathir Mohamad de que o governo pode intervir no mercado levou a alta a 8,7%.



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