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TRANSE GLOBAL
Ações européias já estão no menor nível em 5 anos, sob efeito de economia fraca e medo de guerra no golfo
Bolsas dos EUA caem aos níveis de julho
DA REDAÇÃO
Empresas com lucro em queda,
mais fraudes e escândalos, companhias rebaixadas pelas agências
de classificação de risco de crédito, petróleo caro, economia global
patinando, novos atentados no
Oriente Médio. Para completar, a
ameaça latente de uma guerra no
explosivo golfo Pérsico.
Resultado? Mais um dia de perdas expressivas nas principais
Bolsas do planeta. As principais
ações européias ultrapassaram os
recordes negativos de julho e caíram aos menores níveis dos últimos cinco anos.
O índice Dow Jones, arrastado
por uma queda de 53% nas ações
da gigante de informática EDS,
encerrou abaixo dos 8.000 pontos, nível tido como a "barreira do
pânico" para os investidores, pela
primeira vez desde 23 de julho. O
Dow Jones caiu ontem 2,82% e fechou em 7.942 pontos.
As maiores perdas estiveram
entre as companhias de informática, mas os bancos também tiveram um dia ruim. As ações do
Morgan Stanley caíram 11%, depois de o maior banco de investimentos de Wall Street ter informado resultados abaixo das expectativas.
Agora é a temporada de publicação dos balanços do trimestre
passado. A maioria absoluta das
companhias tem informado resultados fracos e prevê vendas
ainda menores à frente. O índice
Standard & Poor's das 500 principais ações dos EUA tombou
3,01%. A Nasdaq fechou em queda de 2,85%.
A EDS (Electronic Data
Systems) viu seus papéis desabarem depois de ser rebaixada pela
Standard & Poor's e pela Fitch
(leia abaixo). De cada 32 empresas, 25 caíram ontem na Bolsa de
Nova York.
A divulgação de indicadores
econômicos negativos contribui
para a deterioração do humor dos
investidores. A construção de residências caiu pelo terceiro mês
consecutivo, enquanto houve um
crescimento no número de pedidos de seguro-desemprego.
"A verdade é que a economia
não está se recuperando, a despeito das baixas taxas de juros", disse
David Briggs, diretor da Federal
Investors. "Não estamos criando
empregos, e as empresas não conseguem ampliar seus lucros."
Segundo o Departamento de
Comércio dos EUA, a construção
de casas caiu 2,2% no mês passado. Já o Departamento do Trabalho norte-americano informou
que o número de pedidos de seguro-desemprego saltou para 424
mil na semana. Analistas do mercado financeiro apostavam numa
queda. Para os economistas,
quando o indicador fica acima de
400 mil indica mercado de trabalho recessivo.
"Os números confirmam que
uma suave recessão deu lugar a
uma recuperação igualmente modesta", disse Edgar Peters, economista da consultoria Pan Agora
Asset Management.
Efeito dominó
Sob influência dos EUA, o índice FTSE Eurotop das 300 maiores
empresas européias recuou para
seu pior patamar desde maio de
1997, às vésperas da eclosão da
crise cambial no Sudeste Asiático,
ao cair 1,94% ontem. O DJ Euro
Stoxx, índice das 50 ações mais
negociadas no continente, cedeu
2,3% e fechou no nível mais baixo
desde novembro de 97.
A Bolsa de Frankfurt, puxada
pelos bancos, foi ao seu menor fechamento em cinco anos, com
desvalorização de 3,76%. Paris
tombou ao nível mais baixo em
quatro anos e meio, ao cair 2,46%.
Londres recuou 1,34%.
"A emoção continua a guiar os
investidores", afirmou Thomas
Lydon, presidente da Global
Trends Investments. "Wall Street
clama boas notícias, mas elas simplesmente não existem."
Petróleo
A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo)
confirmou ontem que não aumentará sua oferta. Como os analistas há esperavam tal decisão, as
cotações ficaram estáveis.
Com agências internacionais
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