São Paulo, quarta-feira, 20 de setembro de 2006

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Petrobras ameniza o tom e defende "saída racional" para crise com vizinho

HUMBERTO MEDINA
ENVIADO ESPECIAL A HOUSTON

A direção da Petrobras espera negociações técnicas com a Bolívia para evitar a entrada em vigor da medida que confisca as receitas obtidas com as duas refinarias da estatal brasileira naquele país. "O congelamento da resolução foi um passo positivo na direção de um clima de negociação melhor. Planejamos que a negociação seja a mais técnica possível e conduzida fora da imprensa", afirmou José Sérgio Gabrielli, presidente das Petrobras. "É preciso encontrar uma solução racional que atenda ao interesse de todos", disse.
O governo brasileiro ficou sabendo, na semana passada, por meio da imprensa boliviana, da resolução que determinava o arresto das receitas. A medida foi suspensa na última quinta-feira, após forte reação do governo brasileiro e ameaça da Petrobras de se retirar da atividade de refino naquele país.
Depois da reação forte e da suspensão da medida, o governo brasileiro adotou um tom mais diplomático para a crise com a Bolívia.
Ontem, Gabrielli, após entrevista coletiva em Houston para anunciar investimento em refino nos Estados Unidos, não quis comentar as declarações do novo ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas. Na última segunda-feira, Villegas afirmou que a Petrobras "não dobrará" a Bolívia e que a intenção de confiscar as receitas prevalecerá.

Estados Unidos
A Petrobras comprou 50% da refinaria de Pasadena, no Texas. Junto com sua sócia no empreendimento, a belga Astra, deverá produzir aproximadamente 200 mil barris de petróleo até 2013. A atual capacidade da refinaria é de 100 mil barris. Serão feitos investimentos de US$ 2 bilhões em aumento de capacidade e obras para que a refinaria possa processar o petróleo pesado produzido pela Petrobras no campo de Marlim (RJ).
De acordo com Gabrielli, a Petrobras deve aumentar sua capacidade de produção de petróleo em 7,5% ao ano até 2011 e 7,8% ao ano entre 2012 e 2015. Dessa forma, em 2015, teria produção estimada em 4,5 milhões de barris por dia.
Para aumentar sua capacidade de refino, A Petrobras diz que está analisando a possibilidade de comprar refinarias em outros países. A estatal brasileira estuda oportunidades principalmente no Japão, na Holanda e na Espanha.


O repórter HUMBERTO MEDINA viajou a convite da Petrobras

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