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Petrobras ameniza o tom e defende "saída racional" para crise com vizinho
HUMBERTO MEDINA
ENVIADO ESPECIAL A HOUSTON
A direção da Petrobras espera negociações técnicas com a
Bolívia para evitar a entrada em
vigor da medida que confisca as
receitas obtidas com as duas refinarias da estatal brasileira naquele país.
"O congelamento da resolução foi um passo positivo na direção de um clima de negociação melhor. Planejamos que a
negociação seja a mais técnica
possível e conduzida fora da
imprensa", afirmou José Sérgio
Gabrielli, presidente das Petrobras. "É preciso encontrar uma
solução racional que atenda ao
interesse de todos", disse.
O governo brasileiro ficou sabendo, na semana passada, por
meio da imprensa boliviana, da
resolução que determinava o
arresto das receitas. A medida
foi suspensa na última quinta-feira, após forte reação do governo brasileiro e ameaça da
Petrobras de se retirar da atividade de refino naquele país.
Depois da reação forte e da
suspensão da medida, o governo brasileiro adotou um tom
mais diplomático para a crise
com a Bolívia.
Ontem, Gabrielli, após entrevista coletiva em Houston para
anunciar investimento em refino nos Estados Unidos, não
quis comentar as declarações
do novo ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas. Na última segunda-feira,
Villegas afirmou que a Petrobras "não dobrará" a Bolívia e
que a intenção de confiscar as
receitas prevalecerá.
Estados Unidos
A Petrobras comprou 50% da
refinaria de Pasadena, no Texas. Junto com sua sócia no
empreendimento, a belga Astra, deverá produzir aproximadamente 200 mil barris de petróleo até 2013. A atual capacidade da refinaria é de 100 mil
barris. Serão feitos investimentos de US$ 2 bilhões em aumento de capacidade e obras
para que a refinaria possa processar o petróleo pesado produzido pela Petrobras no campo de Marlim (RJ).
De acordo com Gabrielli, a
Petrobras deve aumentar sua
capacidade de produção de petróleo em 7,5% ao ano até 2011
e 7,8% ao ano entre 2012 e
2015. Dessa forma, em 2015, teria produção estimada em 4,5
milhões de barris por dia.
Para aumentar sua capacidade de refino, A Petrobras diz
que está analisando a possibilidade de comprar refinarias em
outros países. A estatal brasileira estuda oportunidades principalmente no Japão, na Holanda e na Espanha.
O repórter HUMBERTO MEDINA viajou a convite da Petrobras
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