São Paulo, quarta-feira, 20 de setembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Foco

Deportada de Cingapura, brasileira diz que se sentiu tratada como "terrorista"

ÁLVARO FAGUNDES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A economista brasileira Maria Clara Soares, deportada de Cingapura na semana passada, afirmou que se sentiu tratada "como se fosse uma terrorista" durante as 30 horas em que ficou detida no aeroporto local.
Integrante da organização ActionAid, ela chegou a Cingapura às 17h do dia 14 e se dirigia à ilha de Batam, na Indonésia, onde aconteceu evento paralelo de ONGs ao encontro do FMI e do Banco Mundial. Foi enviada de volta ao Brasil às 23h do dia seguinte. A brasileira disse que não recebeu nenhuma explicação para a sua deportação.
Durante esse período, ela contou que ficou cerca de 20 horas "literalmente presa" em uma sala com alarme na porta, onde só havia camas e a luz ficava acesa o tempo todo. Segundo Soares, seus documentos e malas foram confiscados. Ela só podia ir ao banheiro acompanhada de uma policial. "Fiquei só com a roupa do corpo", disse a ex-funcionária do governo brasileiro.
A economista afirmou que foi interrogada várias vezes e por diferentes policiais. Ela falou que foi questionada se havia recebido dinheiro "para perturbar a ordem" em Cingapura e se já tinha participado de manifestações violentas. Soares negou as acusações. Além dos interrogatórios, ela disse que suas impressões digitais foram coletadas quatros vezes e que também teve que tirar fotos mais de uma vez. "Foi um processo extremamente agressivo de intimidação."
Em carta enviada à Ac- tionAid, o secretário-geral do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães, afirmou que foi "totalmente inadequado" o tratamento dado à brasileira pelas autoridades cingapurianas. O diplomata garantiu que a embaixada brasileira "está enviando nota" à chancelaria local questionando a decisão.


Texto Anterior: Metas sociais podem ir até 2282, diz ONG
Próximo Texto: Queda do gás natural leva a perdas em fundos "hedge"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.