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Foco
Deportada de Cingapura, brasileira diz que se sentiu tratada como "terrorista"
ÁLVARO FAGUNDES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A economista brasileira
Maria Clara Soares, deportada de Cingapura na semana
passada, afirmou que se sentiu tratada "como se fosse
uma terrorista" durante as
30 horas em que ficou detida
no aeroporto local.
Integrante da organização
ActionAid, ela chegou a Cingapura às 17h do dia 14 e se
dirigia à ilha de Batam, na
Indonésia, onde aconteceu
evento paralelo de ONGs ao
encontro do FMI e do Banco
Mundial. Foi enviada de volta ao Brasil às 23h do dia seguinte. A brasileira disse que
não recebeu nenhuma explicação para a sua deportação.
Durante esse período, ela
contou que ficou cerca de 20
horas "literalmente presa"
em uma sala com alarme na
porta, onde só havia camas e
a luz ficava acesa o tempo todo. Segundo Soares, seus documentos e malas foram
confiscados. Ela só podia ir
ao banheiro acompanhada
de uma policial. "Fiquei só
com a roupa do corpo", disse
a ex-funcionária do governo
brasileiro.
A economista afirmou que
foi interrogada várias vezes e
por diferentes policiais. Ela
falou que foi questionada se
havia recebido dinheiro "para perturbar a ordem" em
Cingapura e se já tinha participado de manifestações violentas. Soares negou as acusações. Além dos interrogatórios, ela disse que suas impressões digitais foram coletadas quatros vezes e que
também teve que tirar fotos
mais de uma vez. "Foi um
processo extremamente
agressivo de intimidação."
Em carta enviada à Ac-
tionAid, o secretário-geral
do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães, afirmou
que foi "totalmente inadequado" o tratamento dado à
brasileira pelas autoridades
cingapurianas. O diplomata
garantiu que a embaixada
brasileira "está enviando nota" à chancelaria local questionando a decisão.
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