São Paulo, quarta-feira, 20 de setembro de 2006

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Tailândia e EUA afetam Bolsa de SP

Golpe de Estado e temor sobre freada americana levam Bovespa a cair 1,64%

Recuo na construção de casas e deflação do núcleo do índice ao produtor nos EUA desagradam a investidor; Fed deve manter juro hoje


FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Prejudicada por um cenário externo adverso, a Bolsa de Valores de São Paulo operou em baixa durante todo o pregão. No fim do dia, a Bovespa marcava perdas de 1,64%. O dólar subiu 0,74% e foi a R$ 2,164.
O humor do mercado foi afetado por números da economia norte-americana. Os dados aprofundaram os temores em relação à possibilidade de os EUA estarem enfrentando um desaquecimento econômico maior que o desejado.
O golpe de Estado dado pelo Exército na Tailândia também trouxe certa cautela.
Nos EUA, a Bolsa eletrônica Nasdaq recuou 0,60%. O índice Dow Jones perdeu 0,12%.
"Houve dados negativos nos EUA, especialmente os referentes à construção de casas", afirmou Alexandre Maia, economista-chefe da GAP Asset Management. "Tem havido uma preocupação exagerada do mercado em relação ao cenário de desaquecimento global", diz.
Segundo o Departamento de Comércio dos EUA, a construção de casas novas recuou 6% em agosto e foi a seu menor nível em mais de três anos.
Já o PPI (o índice de preços ao produtor americano) registrou alta de 0,1% no mês passado. Considerando só o núcleo do índice -que exclui os itens mais voláteis, como energia e alimentos-, o resultado foi queda de 0,4%. Em julho, o núcleo do PPI recuara 0,3%. Em mais de três anos não havia duas quedas seguidas.
Se por um lado os números divulgados ontem aplacaram as preocupações em torno dos riscos de inflação nos EUA, os sinais de desaquecimento não foram bem recebidos.
No pior momento do dia, a Bovespa chegou a cair 2,54%.
Apesar de os dados da maior economia do mundo não terem tido resposta positiva dos investidores ontem, ganharam forças as apostas na possibilidade de o Fed (o BC dos EUA) manter os juros do país inalterados em sua reunião de hoje.
Esse será o primeiro encontro do Fed desde que resolveu, em agosto, manter os juros estáveis em 5,25%. Antes disso, a taxa havia subido 17 vezes seguidas. Desde que a reunião do Fed não traga surpresa, o mercado tende a se recuperar hoje.
"Vamos ver também como abrirá o mercado asiático amanhã [hoje], repercutindo o problema político na Tailândia", afirma Maia.


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