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Tailândia e EUA afetam Bolsa de SP
Golpe de Estado e temor sobre freada americana levam Bovespa a cair 1,64%
Recuo na construção de casas e deflação do núcleo do índice ao produtor nos EUA
desagradam a investidor; Fed deve manter juro hoje
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Prejudicada por um cenário
externo adverso, a Bolsa de Valores de São Paulo operou em
baixa durante todo o pregão.
No fim do dia, a Bovespa marcava perdas de 1,64%. O dólar
subiu 0,74% e foi a R$ 2,164.
O humor do mercado foi afetado por números da economia
norte-americana. Os dados
aprofundaram os temores em
relação à possibilidade de os
EUA estarem enfrentando um
desaquecimento econômico
maior que o desejado.
O golpe de Estado dado pelo
Exército na Tailândia também
trouxe certa cautela.
Nos EUA, a Bolsa eletrônica
Nasdaq recuou 0,60%. O índice
Dow Jones perdeu 0,12%.
"Houve dados negativos nos
EUA, especialmente os referentes à construção de casas",
afirmou Alexandre Maia, economista-chefe da GAP Asset
Management. "Tem havido
uma preocupação exagerada do
mercado em relação ao cenário
de desaquecimento global", diz.
Segundo o Departamento de
Comércio dos EUA, a construção de casas novas recuou 6%
em agosto e foi a seu menor nível em mais de três anos.
Já o PPI (o índice de preços
ao produtor americano) registrou alta de 0,1% no mês passado. Considerando só o núcleo
do índice -que exclui os itens
mais voláteis, como energia e
alimentos-, o resultado foi
queda de 0,4%. Em julho, o núcleo do PPI recuara 0,3%. Em
mais de três anos não havia
duas quedas seguidas.
Se por um lado os números
divulgados ontem aplacaram as
preocupações em torno dos riscos de inflação nos EUA, os sinais de desaquecimento não foram bem recebidos.
No pior momento do dia, a
Bovespa chegou a cair 2,54%.
Apesar de os dados da maior
economia do mundo não terem
tido resposta positiva dos investidores ontem, ganharam
forças as apostas na possibilidade de o Fed (o BC dos EUA)
manter os juros do país inalterados em sua reunião de hoje.
Esse será o primeiro encontro do Fed desde que resolveu,
em agosto, manter os juros estáveis em 5,25%. Antes disso, a
taxa havia subido 17 vezes seguidas. Desde que a reunião do
Fed não traga surpresa, o mercado tende a se recuperar hoje.
"Vamos ver também como
abrirá o mercado asiático amanhã [hoje], repercutindo o problema político na Tailândia",
afirma Maia.
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