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TENSÃO PRÉ-COPOM
Responsável por câmbio e juros tem nome aprovado no Senado
Novo diretor do BC defende "vigilância" sobre a inflação
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Indicado para ocupar o cargo
de diretor de Política Monetária
do Banco Central, o economista
Rodrigo Azevedo se comprometeu a dar continuidade à política
de juros em vigor no país. Ele defendeu a necessidade de uma "vigilância intensiva" em relação à
inflação, foi favorável à autonomia do BC e elogiou o ajuste fiscal
promovido pelo governo.
O economista foi sabatinado,
ontem pela manhã, pelos membros da Comissão de Assuntos
Econômicos do Senado. Azevedo
teve seu nome aprovado por unanimidade na comissão e, à tarde,
passou também pelo plenário da
Casa, com 37 votos favoráveis e 6
contra, e deve assumir o cargo em
breve. Empossado, será o responsável pelo comando das políticas
de câmbio e taxas de juros no
Banco Central.
Ele irá substituir Luiz Augusto
Candiota, que deixou o Banco
Central em julho depois de ser
apontado na imprensa como suspeito de evasão de divisas e sonegação fiscal.
Ainda ontem, ocorreu a primeira parte da reunião mensal do Copom (Comitê de Política Monetária do BC). Hoje acontece a segunda e última parte, quando será
anunciada a taxa básica de juros
que irá vigorar no país pelas próximas quatro semanas. Azevedo
não participa do encontro deste
mês, mas, aos senadores, se mostrou favorável a um aperto na política monetária.
Segundo o economista, a "piora
do quadro inflacionário" justifica
uma "vigilância intensiva por
parte do Banco Central". Azevedo
disse ver uma "perspectiva positiva de queda sustentável, a médio
prazo, das taxas de juros reais",
ainda que, "no curto prazo", esse
processo possa ser, eventualmente, interrompido. No mês passado, o BC elevou a taxa Selic em
0,25 ponto percentual, para
16,25% -desde fevereiro de 2003
os juros não eram aumentados.
"Julgo que o principal papel da
autoridade monetária no estímulo a um maior crescimento de
longo prazo seja claro: assegurar a
estabilidade de preços e preservar
o valor da moeda", afirmou. Sobre a política de juros adotada
atualmente pelo Banco Central,
Azevedo disse: "Espero poder
contribuir para aprimorar sua eficiência, sem modificar, no entanto, a sua essência".
Elogios
Também sobraram elogios à
atual política econômica, em especial ao "compromisso inequívoco do governo Lula com um
ajuste fiscal de longo prazo, reiterado pela recente elevação da meta de superávit primário" -no
mês passado, o governo elevou
para 4,5% do PIB (Produto Interno Bruto) o valor a ser economizado neste ano para pagar os encargos da dívida pública.
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