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Parte dos EUA já está em recessão, diz Casa Branca
Conselheiro econômico de Bush afirma que crédito vai demorar a descongelar
Funcionário afirma que proposta de pacote da oposição democrata não terá efeitos significativos na economia no curto prazo
DA ASSOCIATED PRESS
Um dos principais assessores
econômicos do presidente
George W. Bush declarou ontem que partes dos EUA provavelmente já estão passando por
uma recessão e que poderá levar alguns meses para o sistema de crédito paralisado começar a funcionar outra vez.
"Em algumas partes do país
estamos observando algo que
acho que qualquer pessoa definiria como recessão", disse Edward Lazear, o presidente do
Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca.
Muitos analistas prevêem
uma contração da economia
nos últimos três meses deste
ano e nos primeiros 90 dias de
2009. Isso corresponderia à definição clássica de recessão:
dois trimestres consecutivos de
contração econômica. Alguns
analistas econômicos dizem
que a economia desaquecida já
se encontra em recessão.
A Casa Branca vem evitando
empregar esse termo, tanto
porque a situação atual ainda
não se enquadra na definição
técnica de recessão quanto pelo
fato de o termo ter uma conotação tão fortemente negativa.
Em entrevista à CNN, o presidente do Conselho de Assessores Econômicos da Casa
Branca observou que o índice
nacional de desemprego está
em 6,1%, que é o maior em cinco anos. Lazear afirmou que o
desemprego é ainda maior em
algumas regiões do país, como
no Estado da Califórnia.
A última vez em que os EUA
entraram em recessão foi em
2001, e a última contração econômica ocorreu no quarto trimestre do ano passado, quando
o PIB recuou 0,2%. Os dados do
PIB americano do terceiro trimestre serão divulgados no final deste mês. No período de
abril a junho, a principal economia mundial avançou 2,8% na
taxa anualizada, ajudada especialmente pelas exportações,
que se aproveitaram da desvalorização do dólar ante as principais moedas mundiais.
A Casa Branca e o Congresso
esperam que o pacote de resgate de US$ 700 bilhões injete dinheiro e confiança no setor de
crédito, estimulando a economia. Bush já disse repetidas vezes que o degelo das linhas de
crédito levará algum tempo.
Lazear fez uma previsão um
pouco mais precisa, dizendo
que "serão necessários alguns
meses antes de vermos um impacto significativo".
"Mas já vimos alguns impactos", disse ele. "O que estamos
testemunhando é que agora os
bancos estão se dispondo a
conceder empréstimos uns aos
outros. Esse é um ponto positivo enorme para a economia,
porque o grande problema vinha sendo a pouca disposição
dos bancos em conceder empréstimos entre eles."
Congressistas democratas,
de oposição ao governo Bush,
pretendem aprovar um pacote
de estímulo pós-eleição (marcado para 4 de novembro) que
pode custar até US$ 150 bilhões. Lazear disse que algumas das idéias que vêm sendo
aventadas, como projetos de
construção de rodovias e pontes, são muito demoradas e focadas em apenas um setor para
poder injetar ânimo na economia como um todo.
"Essas propostas podem ser
boas idéias. Isso é algo que caberá ao Congresso decidir", disse ele. "Mas não podemos encarar isso como estímulo que fará
a economia dar a volta por cima
no curto prazo."
Tradução de CLARA ALLAIN
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