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Empresário registra depoimento em cartório
da Reportagem Local
A seguir, a declaração pública de
Mario Garnero sobre o caso Brasilinvest, registrada em cartório:
"Sou um cidadão brasileiro.
Cumpro meus deveres e obrigações. Deveres e obrigações pessoais, familiares, profissionais e
sociais. Respeito a Justiça. Submeto-me ao Direito. Sou um cidadão,
como tantos outros, que contribui
para o desenvolvimento do Brasil.
Minha história de vida é dirigida
ao trabalho e ao progresso comum. Ao longo dos meus 60 anos
de vida, recebi homenagens, capazes de orgulhar um homem. Sofri
muito também por vários anos. A
resposta aos meus detratores foi o
pronunciamento da Justiça. Faço
depoimento, registrado em Cartório Público, para que o chamado
'Caso Brasilinvest' não venha, repetidamente, agora e no futuro,
ser usado contra mim, minha família, minhas empresas e seus funcionários."
Nome limpo
"Tudo o que tiver a dizer sobre o
'Caso Brasilinvest' já o fiz. O Brasilinvest é um nome íntegro e limpo.
Suas atividades retratam sua credibilidade, que não pode ser arranhada. Grupo financeiro e banco
de negócios, fundado em 1975, já
estruturou e concluiu projetos de
várias áreas, que representam investimentos estrangeiros e nacionais, no Brasil, de aproximadamente US$ 1 bilhão. O patrimônio
atual do Grupo Brasilinvest é superior a US$ 100 milhões. Não temos, comparativa e empresarialmente, passivos relevantes. O trabalho do Brasilinvest, há anos,
continua garantindo novos empreendimentos, distribuindo renda, gerando empregos."
Jornalismo
"Nada devo, portanto, aos olhos
da Justiça e da sociedade. Admiro
a liberdade de expressão, o jornalismo e, acima de tudo, a verdade.
Liberdade e responsabilidade são
sentimentos que preservam a democracia que todos defendemos.
Veículos de comunicação, porém,
mantêm arquivos desatualizados,
penalizando, muitas vezes, pessoas e empresas que merecem respeito. A razão da injustiça é, talvez,
a desinformação de alguns ou o
preconceito e a má-fé de outros. A
cada nova iniciativa empresarial
que assumo, normalmente positiva, sou perguntado sobre o 'Caso
Brasilinvest', produto de uma reportagem leviana e irresponsável,
feita em 1985. Há quem queira,
certamente, renovar prejuízos e
sofrimentos, fato inaceitável, como se verá aqui.
Este depoimento, com o título
'Caso Brasilinvest', é a minha resposta pública, baseada na Justiça,
e aberta a todos, jornalistas ou
concorrentes. Vou oferecê-lo a cada um que perguntar sobre o tema.
Respeitei, respeito e respeitarei a
Justiça. Quero, naturalmente, que
meu Direito seja respeitado frente
a eventuais preconceitos. A má-fé,
se houver, venha de onde vier, não
pode persistir. Precisa ser responsabilizada. Meu depoimento público reproduz a verdade da Justiça."
Violentado
"O Brasilinvest S.A. Banco de
Investimento foi violentado. A
transferência do controle acionário da NEC do Brasil, motivada pelas circunstâncias, é só um dos
exemplos desse episódio lamentável. O banco foi violentado, reafirmo, por uma opção política, baseada em reportagem leviana, desmentida pelos fatos, certamente
arquivada e desatualizada, capaz
de causar novos prejuízos. Sua liquidação extrajudicial foi decretada, em 1985, antes mesmo, e muito
antes, do término do inquérito administrativo do Banco Central. O
quadro econômico do Brasil, na
época, levou a empresa e tantas
outras instituições financeiras a
uma situação de iliquidez temporária. Mas o Brasilinvest detinha
elevados créditos contra o governo federal."
Sem insolvência
"Não, o Brasilinvest nunca esteve em estado de insolvência, tanto
que pagou com seus ativos financeiros todos os credores. Pagou todos e ficou ainda com substancial
ativo financeiro positivo. Basta
lembrar que o liquidante José Paulo de Souza reconheceu erro no
primitivo relatório. Mais: o Brasilinvest não era devedor de um centavo sequer aos cofres públicos. O
liquidante também informou, em
interpelação judicial, que não foram encontradas omissões contábeis nas contas do banco e, consequentemente, não houve delito
contra o Sistema Financeiro Nacional, denunciado contra o Brasilinvest e seus diretores. Portanto,
foram absolvidos por sentença
transitada em julgado.
A irresponsável reportagem da
época, em ameaçador arquivo, denuncia como fantasmas outras
empresas. Nenhum delito, mais
uma vez, foi apurado, agora pelo
inquérito da Polícia Federal. A então procuradora-geral da República em exercício, dra. Márcia Domitila, de São Paulo, afirmou, no
inquérito, que não existia falsidade apta a embasar uma denúncia."
Sensacionalismo
"O ministro do Supremo Tribunal Federal, Célio Borja, ex-ministro da Justiça, ao relatar a decisão
no Habeas Corpus número
66.492-0, referente ao processo,
declarou que, em verdade, atendendo a interesses meramente políticos, fez-se, na época, sensacionalismo sobre o assunto. 'Tudo,
porém, cingiu-se a um momentâneo escândalo jornalístico, sem
qualquer reflexo no Sistema Financeiro...', acrescentou.
O ministro Célio Borja afirmou
ainda que, em agosto de 1987, passados pouco mais de dois anos da
inusitada liquidação extrajudicial,
o balanço feito pelo liquidante do
banco revelou uma situação superavitária. Fui absolvido, assim, da
imputação que me foi feita de prática de delito contra o Sistema Financeiro Nacional.
A mesma absolvição fez justiça a
todos os outros acusados no "Caso Brasilinvest". Apesar dos graves
prejuízos causados, o processo é
nulo e ilegítimo desde a denúncia,
inclusive ela.
Voltar ao assunto é atacar nossa
credibilidade, recuperada na Justiça após intensa campanha difamatória. O Grupo Brasilinvest, que
fundei e tenho a honra de dirigir,
está atuante, vivo. Opera com parceiro nacionais e internacionais,
que o respeitaram e o respeitam. É
a manifestação de confiança que
tem meu eterno agradecimento.
Talvez, algum dia, um livro possa
retratar os bastidores de tamanha
violência. Só isso. Nada mais tenho a falar sobre o 'Caso Brasilinvest'."
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