São Paulo, terça, 20 de outubro de 1998

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INFORMÁTICA
Empresa é acusada de tentar destruir a concorrência, com o Explorer no setor dos navegadores da Internet
Julgamento da Microsoft começa nos EUA

Associated Press - 28.mai.98
O fundador da Microsoft, Bill Gates, chamado a depor no julgamento da empresa por concorrência desleal


das agências internacionais

O julgamento da Microsoft, gigante da computação, por concorrência desleal começou ontem com um ataque da acusação, representada por advogados do governo norte-americano, contra a empresa e seu fundador, Bill Gates.
A empresa é acusada de tentar acabar com a competição no setor de navegadores para a Internet, forçando os fabricantes a instalar o seu software, o Explorer, junto com o Windows para destruir seus concorrentes, em particular a Netscape, fabricante do Navigator.
Um dos pontos-chave do processo é uma tentativa, feita em 95 pela Microsoft, de tentar associar-se à Netscape para acabar com a concorrência nesse mercado.
Segundo o principal advogado do Departamento de Justiça, David Boies, Gates, que também é presidente do conselho, orquestrou pessoalmente uma série de medidas anticompetitivas para afastar qualquer rival que ameaçasse o domínio da companhia.
"Descendo aos detalhes, ele esteve diretamente envolvido no que aconteceu", afirmou.
Um vídeo que contém o depoimento de Gates na fase do processo anterior ao julgamento, feito em agosto, foi apresentado pela acusação como mostra das declarações contraditórias do presidente do conselho da Microsoft.
No depoimento, ele afirmou-se surpreendido quando soube que representantes de sua empresa haviam proposto à Netscape, que dominava o acesso à Internet em 95, dividir o mercado de navegadores sem competir entre si. A acusação é da própria Netscape.
Ao mesmo tempo, uma série de memorandos e e-mails internos de Gates a outros diretores da empresa mostram que o então presidente sabia das conversas sobre a possível colaboração das empresas.
O vice-presidente da Microsoft, Bill Neukom, que dirige a defesa, afirmou que a concorrência da empresa é "leal" e que ela tem direito de integrar novos programas a seus sistemas.
Ele insistiu no fato de que a decisão sobre o processo é fundamental para toda a indústria mundial de alta tecnologia.



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