São Paulo, terça, 20 de outubro de 1998

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MERCADO FINANCEIRO

Bolsa sobe 2% e US$ 240 mi deixam o país

da Reportagem Local

A Bolsa de Valores de São Paulo teve alta de 2,04% ontem. O vencimento das opções (direito de compra ou venda de uma ação no futuro) determinou as oscilações no mercado paulista.
Os boatos de que o governo anunciaria hoje ou amanhã os valores e as metas do acordo com o Fundo Monetário Internacional ajudou a puxar para cima as cotações das ações em São Paulo, além da alta de 0,59% em Nova York.
Pela manhã, a Bolsa paulista abriu em baixa, chegando a cair 0,71%, mas subiu 3,92% por causa do exercício de opções, até as 13h30. "Wall Street não teve movimentos que justificassem tanta oscilação", disse Pedro Thomazone, do Lloyds.
Os investidores que haviam comprado as opções de compra do Recibo (clone do que era a Telebrás antes da cisão) a R$ 90 pressionaram por uma alta no mercado. Exerceram seu direito de compra no momento em que o Recibo ultrapassou R$ 90 e ganharam dinheiro com a diferença.
Também parte dos investidores que haviam vendido essa mesma opção de compra tinham interesse que o preço do Recibo subisse. São os investidores que tinham o Recibo em carteira para entregar e queriam se livrar deles no mercado à vista aproveitando a alta.
O Banco Central interveio no over, o mercado por um dia, e voltou a subir os juros. Tomou dinheiro emprestado a 41,70% ao ano, contra 41,60% na sexta-feira. Ao subir os juros, o governo torna os investimentos em reais mais atrativos e tenta segurar os dólares que insistem em sair do país.
Ontem, até as 19h15, haviam saído US$ 135 milhões pelo câmbio flutuante, um segmento do dólar turismo, e mais US$ 105 milhões pelo câmbio comercial, um total de US$ 240 milhões. O mercado de câmbio fecha às 21h30.
Na sexta-feira, apesar da entrada de algo entre US$ 500 milhões e US$ 600 milhões relativos à compra do Excel pelo banco espanhol Bilbao Viscaya, o fluxo de dólares foi negativo. Saíram do país US$ 103,23 milhões.
O BC atuou também no mercado de dólar comercial e desvalorizou o real em 0,04% no piso e 0,13% no teto da minibanda, a faixa informal de variação do câmbio, mantendo, portanto, a política cambial, de desvalorizações graduais da moeda.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)


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