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Diminui parcela da dívida pública
corrigida pela variação cambial
SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A dívida do governo no mercado financeiro teve um crescimento de 1,4% em outubro por causa
das taxas de juros, mas seu perfil
melhorou em vários indicadores.
Um deles foi a redução da parcela
da dívida corrigida pelo dólar de
26,48%, em setembro, para
24,39% no mês passado, o menor
percentual desde março de 2001.
O total passou de R$ 707,74 bilhões em setembro para R$ 717,86
bilhões no mês passado. Praticamente a metade dos títulos é corrigida pela variação da Selic (taxa
básica de juros), que teve queda
nos últimos meses.
Além disso, o Tesouro vem emitindo mais títulos do que o total
necessário para a substituição dos
papéis que estão vencendo. Em
outubro, foi emitido R$ 1,2 bilhão
a mais do que o necessário. "Estamos recompondo o caixa perdido
na crise do ano passado", disse o
coordenador da Dívida Pública
do Tesouro Nacional, Paulo Valle.
Valle acredita que o estoque de
dívida mobiliária (em títulos) até
o final de dezembro será inferior
ao limite de R$ 750 bilhões projetado pelo Tesouro.
Aproveitando a confiança que
vem sendo mostrada pelo mercado, o Tesouro vem trocando títulos com vencimentos mais curtos
por papéis de mais longo prazo.
Em outubro, foram emitidos R$
8,8 bilhões em LFTs (Letras Financeiras do Tesouro) com vencimentos entre 2005 e 2007 em troca de papéis que venceriam em fevereiro do ano que vem.
Resgate
A parcela da dívida corrigida
pelo dólar, que já esteve em 37%
no final do governo passado, vem
caindo gradativamente porque o
governo adotou a política de reduzir a renovação dos títulos
cambiais. Em outubro houve o
maior resgate do ano, ou US$ 3,8
bilhões (R$ 11,7 bilhões). Apenas
7,3% dos papéis que venceram foram substituídos. Em novembro,
a rolagem caiu para 2,1%.
No ano, já foram resgatados
US$ 15,5 bilhões, um total próximo aos US$ 17,7 bilhões do ano
passado. "A diferença é que no
ano passado não havia procura
por títulos do governo. Agora, isso faz parte de uma estratégia",
comentou o chefe do Departamento de Mercado Aberto do BC,
Sérgio Goldenstein.
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