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São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 2003

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Diminui parcela da dívida pública corrigida pela variação cambial

SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A dívida do governo no mercado financeiro teve um crescimento de 1,4% em outubro por causa das taxas de juros, mas seu perfil melhorou em vários indicadores. Um deles foi a redução da parcela da dívida corrigida pelo dólar de 26,48%, em setembro, para 24,39% no mês passado, o menor percentual desde março de 2001.
O total passou de R$ 707,74 bilhões em setembro para R$ 717,86 bilhões no mês passado. Praticamente a metade dos títulos é corrigida pela variação da Selic (taxa básica de juros), que teve queda nos últimos meses.
Além disso, o Tesouro vem emitindo mais títulos do que o total necessário para a substituição dos papéis que estão vencendo. Em outubro, foi emitido R$ 1,2 bilhão a mais do que o necessário. "Estamos recompondo o caixa perdido na crise do ano passado", disse o coordenador da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Paulo Valle.
Valle acredita que o estoque de dívida mobiliária (em títulos) até o final de dezembro será inferior ao limite de R$ 750 bilhões projetado pelo Tesouro.
Aproveitando a confiança que vem sendo mostrada pelo mercado, o Tesouro vem trocando títulos com vencimentos mais curtos por papéis de mais longo prazo. Em outubro, foram emitidos R$ 8,8 bilhões em LFTs (Letras Financeiras do Tesouro) com vencimentos entre 2005 e 2007 em troca de papéis que venceriam em fevereiro do ano que vem.

Resgate
A parcela da dívida corrigida pelo dólar, que já esteve em 37% no final do governo passado, vem caindo gradativamente porque o governo adotou a política de reduzir a renovação dos títulos cambiais. Em outubro houve o maior resgate do ano, ou US$ 3,8 bilhões (R$ 11,7 bilhões). Apenas 7,3% dos papéis que venceram foram substituídos. Em novembro, a rolagem caiu para 2,1%.
No ano, já foram resgatados US$ 15,5 bilhões, um total próximo aos US$ 17,7 bilhões do ano passado. "A diferença é que no ano passado não havia procura por títulos do governo. Agora, isso faz parte de uma estratégia", comentou o chefe do Departamento de Mercado Aberto do BC, Sérgio Goldenstein.


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