São Paulo, segunda-feira, 20 de novembro de 2006

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Demanda por energia subirá 50% até 2030

Documento da reunião do G20 pede reforma e investimento no mercado energético para evitar fricções internacionais

Emergência econômica de Índia e China explicam grande parte da expansão na procura por energia nas próximas décadas

Ed Giles/Reuters
Em dia calmo, policiais australianos tomam sorvete perto do local onde ocorreu reunião do G20


DA REPORTAGEM LOCAL

As autoridades econômicas dos 20 países mais industrializados do mundo concluíram ontem encontro de dois dias na Austrália com a previsão de que a demanda global por energia subirá 25% até 2015 e 50% até 2030. Metade do aumento será concentrado em petróleo e gás.
O documento final da reunião pede reformas e investimentos no mercado energético para reduzir as flutuações de preços e garantir o atendimento da demanda crescente.
O principal motor da expansão das necessidades energéticas é a ascensão da China e da Índia, países que reúnem 40% da população mundial.
O secretário de Tesouro australiano, Peter Costello, que presidiu o encontro do G20 Finanças, avaliou que a insegurança no suprimento de energia e matérias-primas para esses países pode criar "fricções" nas relações internacionais.
Depois dos enfrentamentos entre manifestantes e policiais no sábado, o encerramento da reunião ocorreu em um clima tranqüilo. Os policiais mantiveram um forte esquema de segurança, mas poucas pessoas aderiram aos protestos. Na avaliação de autoridades locais, o número de manifestantes ontem foi menor que o de cerca de 1.800 pessoas do sábado.

Reformas
Os representantes do G20 também chamaram a atenção para a necessidade de reiniciar de forma "rápida" as negociações sobre a liberalização comercial no âmbito da OMC (Organização Mundial do Comércio), suspensas em julho.
O diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, participou do encontro. Na sexta-feira, a OMC também anunciou que reiniciaria debates informais sobre as negociações da Rodada Doha.
O comunicado final divulgado pelos representantes dos 20 países mais ricos do mundo também pede nova etapa de reformas dos organismos financeiros multilaterais, ou seja, o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial. Eles destacaram a importância de modernizar e reforçar a vigilância do FMI (Fundo Monetário Internacional).
"O G20 avalia que a eficácia e a legitimidade do FMI e do Banco Mundial devem ser reforçadas com uma reforma de sua gestão e um reexame de sua política estratégica", diz o comunicado final do encontro, que terminou ontem.
Realizado na Austrália, o encontro é agora chamado G20 Finanças para diferenciá-lo do grupo de mesmo nome que reúne países emergentes, entre eles o Brasil, e que se formou para negociar abertura comercial na OMC.
Também participam do G20 Finanças representantes dos organismos internacionais que a entidade pretende reformar: FMI e Banco Mundial.
O grupo, que representa 90% do PIB e 80% do comércio globais, reúne as nações mais ricas do mundo e vários países em desenvolvimento, entre os quais o Brasil.


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