|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Venda de imóveis em SP cai pela metade
Em setembro, foram vendidas 2.544 unidades novas na capital paulista, contra 4.789 no mesmo mês de 2007, diz setor
Trata-se da primeira queda desde fevereiro de 2007; crise global começa a reverter ciclo de expansão registrado a partir de 2004
PAULO DE ARAUJO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As vendas de imóveis residenciais novos na capital paulista caíram quase pela metade
em setembro na comparação
com igual mês de 2007, conforme pesquisa divulgada ontem
pelo Secovi-SP (sindicato da
habitação). No mês, foram vendidas 2.544 unidades, contra
4.789 em setembro do ano passado -decréscimo de 46,8%-,
em um indicativo de desaceleração mais acentuada no setor.
De acordo com o Secovi, trata-se da primeira queda desde
fevereiro de 2007. A expectativa é que o quarto trimestre,
mais fraco, reverta o ciclo de
crescimento anual do setor observado desde 2004.
"O que vemos agora é que os
bancos estão mais seletivos na
concessão de financiamento, as
empresas estão mais seletivas
na definição de lançamentos, e
os consumidores estão mais seletivos na hora de realizar a
compra", afirma o presidente
do Secovi-SP, João Crestana.
O Secovi estima que sejam
vendidos entre 33 mil e 34 mil
imóveis residenciais em São
Paulo neste ano. Em 2007, foram 36 mil vendas efetivadas.
Análise do Banif Securities
aponta para um cenário "preocupante" que terá impacto nos
balanços das empresas nos próximos meses. No terceiro trimestre, construtoras já reportaram resultados negativos. No
período, a Cyrela, por exemplo,
registrou uma queda de 19,6%
no lucro, na comparação com o
mesmo período do ano passado. Assim como ela, outras
construtoras, como Abyara e a
Agra, revisaram para baixo suas
projeções de lançamentos para
este ano, devido à maior dificuldade na obtenção de crédito
e à queda na confiança do consumidor. Demissões e corte de
custos também entraram na
lista de medidas das empresas
para enfrentar a crise.
Para este ano, são esperados
35 mil lançamentos na cidade,
contra 39 mil em 2007. "Todos
nós esperávamos que houvesse
uma aterrissagem, mesmo porque parte da demanda foi atendida", afirma Crestana. Ele ressalta, porém, que ainda há um
déficit habitacional de 8 milhões de unidades.
Segundo Crestana, o ano que
vem deverá ser ainda mais fraco do que este em vendas. "A
crise já terá se manifestado
com mais força", diz.
Texto Anterior: Paulo Nogueira Batista Jr.: Políticas anti-recessivas no Brasil? Próximo Texto: Consultor já vê PIB negativo no 4º trimestre Índice
|