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Governo reduz imposto para a compra de motos
Alíquota de IOF para pessoas físicas financiarem motos cairá de 3,38% para 0,38%
Desoneração ocorre após o setor registrar 25% de queda nas vendas; governo diz que bancos têm restrição para oferecer crédito
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo decidiu reduzir o
IOF (Imposto sobre Operações
Financeiras) sobre os financiamentos para a compra de motos por pessoas físicas. A alíquota agora vai passar de 3,38%
para 0,38%.
O decreto que regulamenta a
redução do tributo foi assinado
ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e já encaminhado à Casa Civil. Com a
medida, a alíquota paga por
empresas e por pessoas físicas
passa a ser a mesma.
No início do ano, o governo
elevou o IOF de pessoas físicas
de 1,5% para 3,38% para recompor a perda da CPMF, cuja
alíquota era de 0,38% sobre
qualquer movimentação financeira. As empresas, que não pagavam o imposto, passaram a
contribuir com 0,38% por cada
operação de crédito.
Técnicos do Ministério da
Fazenda explicaram que os
bancos têm restrições para oferecer crédito para compra de
motos, daí a necessidade da
medida. Pelo texto do decreto,
poderá ser financiado com imposto mais baixo motocicletas,
motonetas e ciclonetas.
A manutenção de uma parcela do imposto foi uma saída do
governo para não perder totalmente a arrecadação que substitui em parte a CPMF. Ontem,
a Receita Federal anunciou que
a meta de arrecadação do IOF
já foi cumprida.
A desoneração para o setor
de motocicletas já havia sido
prometida ao governador do
Amazonas, Eduardo Braga
(PSB-AM). A Zona Franca de
Manaus é o principal pólo produtor do país, e a redução no
crédito fez com que a produção
caísse 26% em outubro, na
comparação com setembro, enquanto as vendas recuaram
25% pelo mesmo critério.
Além do IOF, o governo também trabalha na criação de
uma linha de crédito que permita repassar dinheiro a bancos que financiam a compra de
motocicletas, o mesmo modelo
usado na indústria automotiva.
O Banco do Brasil já colocou
à disposição das financeiras das
montadoras de veículos R$ 4
bilhões para facilitar o financiamento ao consumidor. A
Nossa Caixa também abriu
uma linha de crédito no mesmo
valor para os bancos de montadoras.
A dificuldade no setor de motos, porém, é que o risco nesses
empréstimos é muito maior do
que na compra de automóveis,
uma vez que as compras são de
modelos de baixa cilindrada,
adquiridos principalmente por
clientes de renda mais baixa.
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