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LEÃO GULOSO
Receita de R$ 29,83 bi tem aumento real de 9,09% em relação a 2004; governo vê sinais de retomada econômica
Arrecadação bate novo recorde em novembro
FERNANDO ITOKAZU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Embora tenha registrado queda
na comparação com outubro, a
arrecadação de tributos federais
no mês passado, de R$ 29,83 bilhões, foi recorde para os meses
de novembro, segundo dados divulgados ontem pela Receita Federal.
Em relação a novembro de
2004, houve crescimento de
9,09%, já descontada a inflação
medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) no
período.
A arrecadação acumulada desde janeiro somou R$ 327,14 bilhões e também é recorde para o
período dos 11 primeiros meses
do ano.
Ricardo Pinheiro, secretário-adjunto da Receita Federal, disse
que o desempenho da arrecadação no mês passado mostra sinais
da retomada da atividade econômica, após a desaceleração registrada no terceiro trimestre -retração de 1,2% do PIB (Produto
Interno Bruto) na comparação
com o trimestre abril/junho.
"Existem sinais concretos de
um bom desempenho econômico", afirmou Pinheiro. Sem dar
detalhes, o secretário informou
que a Receita estuda novas medidas de desoneração para estimular o setor produtivo, mas somente para 2006.
Desempenho atípico
Os dados divulgados mostram
que o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e a Cofins
(Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), calculada sobre a receita bruta, tiveram crescimentos de 7,28% e de
1,78%, respectivamente, em novembro em relação a outubro.
Pinheiro disse que a queda de
8,58% na arrecadação, quando
comparada com outubro, pode
ser explicada pelo recolhimento
de receitas que não se repetiram
em novembro.
Em outubro, segundo ele, ocorreu o pagamento da primeira cota
ou da cota única do Imposto de
Renda das empresas e da CSLL referentes ao trimestre encerrado
em setembro. Ainda em outubro,
houve o pagamento trimestral de
royalties referentes à extração de
petróleo, elevando a arrecadação
das "demais receitas".
Apesar da queda em novembro,
a arrecadação do IR das empresas
e da CSLL vem crescendo de forma consistente ao longo do ano
devido principalmente ao desempenho de alguns setores.
A extração de minerais metálicos aproveitou o cenário externo
favorável e teve incremento na arrecadação de 352,31% em comparação com os 11 primeiros meses
do ano passado.
O setor de telecomunicações
apresentou aumento de 113,94%.
Além disso, setores em crescimento também foram favorecidos por eventos atípicos ou efeitos
sazonais em novembro.
O setor de combustíveis recolheu 1.345% a mais do que no
mesmo mês do ano passado. O
incremento expressivo pode ser
explicado por uma compensação
que tenha sido feita em novembro
do ano passado, o que resultou
em baixa arrecadação.
Já o comércio atacadista reflete
os efeitos da proximidade das comemorações do final do ano e teve incremento de 10,47%.
Receita previdenciária
Divulgada separadamente após
o arquivamento da medida provisória da "Super-Receita" no Congresso Nacional, a arrecadação da
contribuição previdenciária também registrou recorde em novembro, quando ficou em R$ 9,73
bilhões -alta de 3,82% em relação a outubro
Um dos fatores que contribuíram para melhorar a arrecadação
da Previdência Social foi o crescimento do mercado de trabalho
formal (com registro em carteira).
Empregadores recolhem a contribuição com base na folha de pagamento (20%); os empregados,
conforme o salário, variando de
7,65% a 11%.
De janeiro a novembro, a receita
previdenciária acumula R$ 99,93
bilhões, valor 7,29% superior ao
recolhido nos primeiros 11 meses
do ano passado.
Os depósitos judiciais, que não
apresentam comportamento uniforme, são a receita que mais
apresentou crescimento, de
772,82% no período.
A Secretaria de Receita Previdenciária avalia que houve ganho
de desempenho, já que a arrecadação, com alta de 14,76% de janeiro a novembro, apresenta crescimento acima do da massa salarial, que teve crescimento de 11%
no mesmo período.
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