São Paulo, terça-feira, 20 de dezembro de 2005

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PECUÁRIA

Apesar do resultado, Ministério da Agricultura diz que Estado será mantido na lista dos que registraram a doença

Exames não confirmam aftosa no Paraná

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Os primeiros exames mais aprofundados de material coletado no gado da fazenda Cachoeira, de São Sebastião da Amoreira (367 km ao norte de Curitiba), não confirmaram a existência de febre aftosa no rebanho do Paraná. O setor de virologia do Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro) de Belém (PA) liberou laudos negativos para aftosa em 48 das 233 amostras coletadas no final de novembro no gado da fazenda. O laboratório pertence ao Ministério da Agricultura.
As 233 amostras que estão sob análise agora foram colhidas em novembro a pedido do ministro Roberto Rodrigues (Agricultura).
No início deste mês, exames de sangue do tipo Elisa, feitos no Lanagro de Porto Alegre (RS), responderam positivamente para o vírus em testes de material de 40 animais da fazenda Cachoeira.
O resultado soropositivo pode indicar resíduos do vírus da vacina que o animal tomou. Mas com base nesse resultado, e em razão de o gado ter sido comprado na região de Mato Grosso do Sul onde havia surto da doença, o Ministério da Agricultura declarou o Paraná como área de aftosa.
O anúncio provocou a reação do governo e pecuaristas paranaenses. Eles se recusaram a abater o gado -2.212 cabeças de bois de corte confinados na fazenda. O governador, Roberto Requião (PMDB), decidiu esperar por exames complementares antes de ordenar o abate dos animais.
Ontem o diretor-geral da Secretaria da Agricultura, Newton Pohl Ribas, disse que o governo estadual ainda vai esperar os laudos que faltam para avaliar se processa o ministério pela "confirmação precipitada" da doença.
Em nota, o Ministério da Agricultura disse que os resultados negativos para febre aftosa nas 48 amostras ""não implicam mudança no diagnóstico e na notificação de foco da doença no Estado". Segundo a nota, o anúncio seguiu o Código Sanitário para os Animais Terrestres, da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal).
O coordenador-geral de combate às doenças do ministério, Jamil Gomes de Souza, disse que o resultado dos exames realizados pelo Lanagro-Belém ""não são conclusivos". ""O teste somente é conclusivo com isolamento viral [o que ainda não ocorreu]."


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