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BC eleva previsão de saldo externo em 2007
Órgão projeta crescimento inesperado das exportações, o que elevaria superávit de US$ 2,5 bi para US$ 4,5 bi
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pelo quarto ano consecutivo,
as contas externas do Brasil vão
apresentar saldo positivo, e os
números observados até agora
já fazem o Banco Central elevar
suas projeções para 2007.
Entre janeiro e novembro, a
conta de transações correntes
-que contabiliza a negociação
de bens e serviços com outros
países- registrou superávit de
US$ 13,182 bilhões. A expectativa do BC é que o saldo chegue
a US$ 13,3 bilhões, o que seria o
segundo maior resultado da
história, só menor que os US$
14,2 bilhões do ano passado.
Para 2007, espera-se forte
redução no saldo de transações
correntes. Ainda assim, o BC
elevou de US$ 2,5 bilhões para
US$ 4,5 bilhões sua estimativa.
Por um lado, a queda esperada em relação a 2006 se explica
pelo crescimento das importações ocorrido nos últimos meses e que, pelo que tudo indica,
deve se manter no ano que vem.
Nas contas do BC, as encomendas de produtos estrangeiros
devem somar US$ 110 bilhões
em 2007, aumento de 19% em
relação a este ano.
A estimativa inicial de US$
2,5 bilhões para o superávit em
transações correntes no ano
que vem foi elevada porque, para o BC, as exportações devem
crescer mais do que se imaginava. Por essas projeções, as vendas ao exterior chegariam a
US$ 145 bilhões em 2007, US$
5 bilhões a mais do que o inicialmente previsto.
As projeções indicam cenário
razoavelmente tranqüilo para
as contas externas do país em
2007. Quando há déficit em
transações correntes, é preciso
buscar empréstimos ou investimentos no exterior que compensem o desequilíbrio.
Para Alexander Xavier, economista-chefe da Sobeet (Sociedade Brasileira de Estudos
das Empresas Transnacionais e
da Globalização Econômica), as
incertezas observadas nos mercados internacionais ameaçam
a concretização desse cenário.
"Esse saldo positivo em transações correntes está sendo
conduzido pela balança comercial, que, por sua vez, é resultado de uma situação favorável
dos mercados internacionais.
Caso haja uma inflexão, haverá
efeitos sobre a balança e, conseqüentemente, sobre o câmbio."
Inflação nos EUA
A maior preocupação está
nos rumos da economia norte-americana. Nos últimos meses,
observa-se aceleração na inflação, o que fez com que o Fed (o
BC dos EUA) desse sinais de
que pode aumentar os juros
-ou, pelo menos, mantê-los no
atual nível por mais tempo.
O receio dos investidores está no efeito que essa política de
controle da inflação terá sobre
o crescimento da economia, já
que vários indicadores apontam para desaceleração. Num
cenário mais pessimista, os juros mais altos fariam os EUA
entrarem numa recessão, afetando o ritmo de expansão de
vários outros países.
Com a economia mundial
crescendo menos, o fluxo de comércio entre os países também
seria afetado, o que prejudicaria os planos do Brasil de manter o ritmo de expansão das exportações. Isso levaria à redução no fluxo de dólares para o
Brasil, colocando em risco o desempenho das contas externas.
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