São Paulo, quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

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China injeta US$ 5 bi no Morgan Stanley

Banco vende 9,9% de suas ações a fundo soberano após anunciar perda de US$ 3,59 bi em decorrência da crise no mercado de hipotecas

Citigroup e UBS também tiveram perdas expressivas com títulos "subprime" e receberam investimentos de fundos asiáticos

DA REDAÇÃO

O Morgan Stanley disse ontem que recebeu uma injeção de US$ 5 bilhões do fundo do governo chinês, ao mesmo tempo em que anunciou que suas perdas com títulos lastreados em hipotecas "subprime" (de alto risco) foram maiores que as esperadas, resultando em seu primeiro prejuízo trimestral.
O banco de investimento afirmou que houve uma redução de US$ 9,4 bilhões no valor de ativos ligados a títulos "subprime" no trimestre encerrado em 30 de novembro. No início do mês passado, a instituição afirmou que essas perdas seriam de US$ 3,7 bilhões.
Com isso, o banco teve um prejuízo de US$ 3,59 bilhões no último trimestre fiscal -ante lucro de US$ 1,98 bilhão no mesmo período do ano passado. O rival Goldman Sachs afirmou anteontem que lucrou US$ 3,22 bilhões entre setembro e novembro, um aumento de 2% em relação aos mesmos meses de 2006.
E o Morgan Stanley adotou a mesma estratégia usada por rivais que também foram fortemente afetados pela crise do "subprime": buscou investimentos de fundos soberanos (fundos de investimento controlados por governos) da Ásia. O segundo maior banco de investimento dos EUA anunciou a venda de 9,9% de participação para o CIC (China Investment Corporation, o fundo do governo chinês) por US$ 5 bilhões.
"Estamos encantados em receber o CIC como um investidor de longo prazo no Morgan Stanley e acreditamos que é um passo importante para aumentar o fluxo de capital entre nosso países e nesses mercados cada vez mais importantes", afirmou em nota o presidente da instituição, John Mack.
De acordo com o executivo, o fundo do governo chinês será um "investidor financeiro passivo", sem direitos especiais nem participação no conselho do banco. O negócio foi bem aceito ontem pelos investidores e as ações da instituição subiram 4,18% na Bolsa de Nova York. No ano, os papéis caíram quase 40%.
O fundo chinês, que conta com US$ 200 bilhões das reservas do país asiático, adquiriu, em maio, 3% do "private equity" (de capital privado) americano Blackstone.
Nos últimos 30 dias, o Citigroup afirmou que recebeu uma injeção de capital de US$ 7,5 bilhões de um fundo de Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos), em troca de 4,9% de participação no banco, e o UBS vendeu por US$ 11,5 bilhões mais de 10% de suas ações para um fundo do governo de Cingapura e para um investidor do Oriente Médio que não teve a sua identidade revelada.
O Bear Stearns, outro banco de investimento americano, fez em outubro um acordo de US$ 1 bilhão com a Citic Securities, instituição financeira do governo chinês.


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