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China injeta US$ 5 bi no Morgan Stanley
Banco vende 9,9% de suas ações a fundo soberano após anunciar perda de US$ 3,59 bi em decorrência da crise no mercado de hipotecas
Citigroup e UBS também tiveram perdas expressivas com títulos "subprime"
e receberam investimentos de fundos asiáticos
DA REDAÇÃO
O Morgan Stanley disse ontem que recebeu uma injeção
de US$ 5 bilhões do fundo do
governo chinês, ao mesmo
tempo em que anunciou que
suas perdas com títulos lastreados em hipotecas "subprime"
(de alto risco) foram maiores
que as esperadas, resultando
em seu primeiro prejuízo trimestral.
O banco de investimento
afirmou que houve uma redução de US$ 9,4 bilhões no valor
de ativos ligados a títulos "subprime" no trimestre encerrado
em 30 de novembro. No início
do mês passado, a instituição
afirmou que essas perdas seriam de US$ 3,7 bilhões.
Com isso, o banco teve um
prejuízo de US$ 3,59 bilhões no
último trimestre fiscal -ante
lucro de US$ 1,98 bilhão no
mesmo período do ano passado. O rival Goldman Sachs afirmou anteontem que lucrou
US$ 3,22 bilhões entre setembro e novembro, um aumento
de 2% em relação aos mesmos
meses de 2006.
E o Morgan Stanley adotou a
mesma estratégia usada por rivais que também foram fortemente afetados pela crise do
"subprime": buscou investimentos de fundos soberanos
(fundos de investimento controlados por governos) da Ásia.
O segundo maior banco de investimento dos EUA anunciou
a venda de 9,9% de participação
para o CIC (China Investment
Corporation, o fundo do governo chinês) por US$ 5 bilhões.
"Estamos encantados em receber o CIC como um investidor de longo prazo no Morgan
Stanley e acreditamos que é um
passo importante para aumentar o fluxo de capital entre nosso países e nesses mercados cada vez mais importantes", afirmou em nota o presidente da
instituição, John Mack.
De acordo com o executivo, o
fundo do governo chinês será
um "investidor financeiro passivo", sem direitos especiais
nem participação no conselho
do banco. O negócio foi bem
aceito ontem pelos investidores e as ações da instituição subiram 4,18% na Bolsa de Nova
York. No ano, os papéis caíram
quase 40%.
O fundo chinês, que conta
com US$ 200 bilhões das reservas do país asiático, adquiriu,
em maio, 3% do "private
equity" (de capital privado)
americano Blackstone.
Nos últimos 30 dias, o Citigroup afirmou que recebeu
uma injeção de capital de US$
7,5 bilhões de um fundo de Abu
Dhabi (Emirados Árabes Unidos), em troca de 4,9% de participação no banco, e o UBS vendeu por US$ 11,5 bilhões mais
de 10% de suas ações para um
fundo do governo de Cingapura
e para um investidor do Oriente Médio que não teve a sua
identidade revelada.
O Bear Stearns, outro banco
de investimento americano, fez
em outubro um acordo de US$
1 bilhão com a Citic Securities,
instituição financeira do governo chinês.
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