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Queda da Selic hoje não tira país do topo do ranking do juro real
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo que o Copom ratifique as projeções do mercado e
reduza a taxa básica da economia, os juros reais brasileiros
permanecerão como os maiores do planeta. Apenas uma redução de três pontos percentuais na taxa Selic -para
10,75%- tiraria o país desse
posto. E essa possibilidade é
descartada pelo mercado.
A taxa básica Selic está em
13,75% anuais. A maioria do
mercado espera que seja reduzida para 13% anuais. Isso levaria os juros reais (a Selic descontada a inflação) para 7,8%
ao ano. Em segundo lugar no
ranking mundial, aparece a
Hungria, com taxa real de 5,8%.
Os juros reais são calculados
tendo por base a taxa básica de
cada país e descontando dela a
projeção para a inflação nos 12
meses seguintes. O ranking é
calculado pela UpTrend Consultoria Econômica, que considera um leque de 40 países.
Enquanto os bancos centrais
das principais economias do
mundo têm cortado as suas taxas, no Brasil a Selic tem permanecido no mesmo patamar.
Com isso, a liderança do país no
ranking mundial apenas tem se
solidificado.
O Copom (Comitê de Política
Monetária do Banco Central)
iniciou ontem sua primeira
reunião de 2009. Hoje, anunciará como fica a taxa Selic, que
serve de parâmetro para os juros cobrados no mercado financeiro.
"Neste momento, é mais importante que o Copom sinalize
que deu início a um ciclo de redução da taxa básica do que o
tamanho do corte que virá
amanhã [hoje]", afirma Jason
Freitas Vieira, economista-chefe da UpTrend Consultoria
Econômica.
Para o economista, o Copom,
por seu perfil conservador, deve acabar por cortar a taxa em
apenas 0,50 ponto percentual.
"Acho menos provável que o
Copom comece a reduzir os juros, como alguns esperam, com
um corte de um ponto percentual, devido a seu perfil conservador. Agora, se o BC resolvesse manter a taxa básica, surpreenderia negativamente o
mercado. Com o enxugamento
de crédito que temos vivido, seria um excesso de zelo injustificável", diz o economista.
A taxa real de juros é um importante referencial para o setor produtivo definir e planejar
como serão feitos seus investimentos no futuro.
Quando os juros reais estão
em níveis mais elevados, as empresas ficam desestimuladas
para realizar investimentos e
ampliar sua produção.
Uma das justificativas para
os juros permanecerem nesse
alto patamar, além do risco inflacionário, é que essa decisão
eleva a atratividade do país para o capital externo.
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