DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As remessas de dólares para o exterior feitas por meio de contas CC-5 já chegam a US$ 275 milhões neste mês, segundo dados parciais do Banco Central que consideram as operações fechadas até anteontem.
O valor supera os US$ 175 milhões registrados no mês passado, mas está bem longe do US$ 1,725 bilhão que saiu do país em outubro de 2002, mês das eleições presidenciais. O BC considera que o normal é que as remessas de dólares fiquem, em média, em US$ 300 milhões por mês.
Em fevereiro do ano passado, as remessas para o exterior totalizaram US$ 218 milhões.

Termômetro
As remessas feitas pelas CC-5 refletem, em grande parte, a confiança (ou falta dela) na economia brasileira. Em momentos de nervosismo, pessoas e empresas utilizam esse mecanismo para enviar dinheiro para o exterior, numa tentativa de proteger seu patrimônio.
As transações feitas pelo instrumento que hoje é chamado de CC-5 são aquelas em que uma pessoa ou uma empresa envia dinheiro para fora do país sem ter que explicar ao Banco Central o motivo da remessa.
Em dezembro de 2001, por exemplo, no auge da crise argentina, esse mecanismo foi responsável pela saída de US$ 1,357 bilhão. Em 2002, as remessas chegaram a US$ 9,107 bilhões.
As remessas de dólares para o exterior ajudam a pressionar a cotação da moeda norte-americana. Neste mês, a saída de recursos pelas CC-5 foi compensada pelo fluxo de recursos referentes a operações de comércio exterior (exportações e importações).
Foram US$ 708 milhões de saldo positivo nos contratos de câmbio fechados até a quarta-feira da semana passada.


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