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MERCADO FINANCEIRO
Moeda americana chegou a superar R$ 3, mas fecha estável; risco-país bate nos 620 pontos e recua
Depois de gangorra, risco cai e Bolsa sobe
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado financeiro passou
por uma gangorra ontem. Pela
manhã, o dólar superou a barreira
dos R$ 3, o que não acontecia desde agosto, a Bolsa chegou a cair
4,1% e o risco-país do Brasil bateu
em 620 pontos com a divulgação
de novas denúncias de corrupção
contra o ex-assessor do governo
Waldomiro Diniz.
No período da tarde, a decisão
de tesourarias dos bancos e de investidores estrangeiros de aproveitar as ""ofertas" no mercado
acionário, a divulgação de relatório do JP Morgan, informando
que aumentaria a participação
dos papéis brasileiros em sua carteira de emergentes e a ação política do governo, com a promessa
de fechamento dos bingos, motivaram a melhora dos indicadores.
Também circularam rumores de
que outro banco, o Morgan Stanley, aumentaria a recomendação
dos papéis brasileiros.
A Bovespa fechou em alta de
1,84%, aos 21.336 pontos. O que
apenas amenizou o saldo negativo da semana: no período, a Bolsa
acumulou perda de 5,3%. Desde o
início do caso Waldomiro, no dia
13, a perda chega a 7,49%.
"A primeira reação dos investidores foi fugir da Bolsa e correr
para o dólar. Os ativos sofreram
tal depreciação que se chegou a
um ponto que começou a reverter, com os estrangeiros e tesourarias voltando a comprar [ações]",
diz Eduardo Fornazier, gestor da
Santos Asset Management.
No mercado de câmbio, o dólar
subiu até 2,4% pela manhã, para
R$ 3,031. Segundo operadores, a
recuperação ocorrida à tarde foi
resultado em parte de vendas do
Banco do Brasil, de um banco privado e de exportadores que se
aproveitaram da cotação na casa
dos R$ 3. A moeda fechou praticamente estável, valendo -0,06%
do que no dia anterior, cotada a
R$ 2,958. Na semana, o dólar acumulou valorização de 1,68%.
O risco-país seguiu igual oscilação: pela manhã, teve alta de até
5,85%. Desde o final de outubro, o
risco-país do Brasil não superava
a marca de 600 pontos. Diante da
ação política do governo e das notícias de relatórios dos bancos, o
indicador arrefeceu. Fechou em
586 pontos, queda de 0,17%.
Título da dívida brasileira mais
negociado, o C-Bond também refletiu a tensão. Chegou a cair
1,2%, mas a exemplo dos demais
ativos percorreu caminho inverso: fechou com alta de 0,46%, cotado a 94,56% de seu valor de face.
(JOSÉ ALAN DIAS)
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