São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Moeda americana chegou a superar R$ 3, mas fecha estável; risco-país bate nos 620 pontos e recua

Depois de gangorra, risco cai e Bolsa sobe

DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado financeiro passou por uma gangorra ontem. Pela manhã, o dólar superou a barreira dos R$ 3, o que não acontecia desde agosto, a Bolsa chegou a cair 4,1% e o risco-país do Brasil bateu em 620 pontos com a divulgação de novas denúncias de corrupção contra o ex-assessor do governo Waldomiro Diniz.
No período da tarde, a decisão de tesourarias dos bancos e de investidores estrangeiros de aproveitar as ""ofertas" no mercado acionário, a divulgação de relatório do JP Morgan, informando que aumentaria a participação dos papéis brasileiros em sua carteira de emergentes e a ação política do governo, com a promessa de fechamento dos bingos, motivaram a melhora dos indicadores. Também circularam rumores de que outro banco, o Morgan Stanley, aumentaria a recomendação dos papéis brasileiros.
A Bovespa fechou em alta de 1,84%, aos 21.336 pontos. O que apenas amenizou o saldo negativo da semana: no período, a Bolsa acumulou perda de 5,3%. Desde o início do caso Waldomiro, no dia 13, a perda chega a 7,49%.
"A primeira reação dos investidores foi fugir da Bolsa e correr para o dólar. Os ativos sofreram tal depreciação que se chegou a um ponto que começou a reverter, com os estrangeiros e tesourarias voltando a comprar [ações]", diz Eduardo Fornazier, gestor da Santos Asset Management.
No mercado de câmbio, o dólar subiu até 2,4% pela manhã, para R$ 3,031. Segundo operadores, a recuperação ocorrida à tarde foi resultado em parte de vendas do Banco do Brasil, de um banco privado e de exportadores que se aproveitaram da cotação na casa dos R$ 3. A moeda fechou praticamente estável, valendo -0,06% do que no dia anterior, cotada a R$ 2,958. Na semana, o dólar acumulou valorização de 1,68%.
O risco-país seguiu igual oscilação: pela manhã, teve alta de até 5,85%. Desde o final de outubro, o risco-país do Brasil não superava a marca de 600 pontos. Diante da ação política do governo e das notícias de relatórios dos bancos, o indicador arrefeceu. Fechou em 586 pontos, queda de 0,17%.
Título da dívida brasileira mais negociado, o C-Bond também refletiu a tensão. Chegou a cair 1,2%, mas a exemplo dos demais ativos percorreu caminho inverso: fechou com alta de 0,46%, cotado a 94,56% de seu valor de face. (JOSÉ ALAN DIAS)


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