São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 2004

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SINDICATOS

Em março, manifestações vão pedir redução das horas trabalhadas

Centrais pleiteiam jornada menor

CLAUDIA ROLLI
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

As centrais sindicais lançam em março campanha nacional pela redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais. O tema será prioridade na reforma trabalhista, que será negociada a partir do próximo mês no Fórum Nacional do Trabalho, instituição criada em julho do ano passado para debater as mudanças na legislação sindical.
CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, CGT (Confederação Geral dos Trabalhadores), SDS (Social Democracia Sindical), CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil) e CAT (Central Autônoma dos Trabalhadores) se reuniram ontem para discutir como será feita a campanha. A partir de março, manifestações e paralisações podem ser feitas no setor industrial para pressionar os patrões a negociarem a redução.
A Constituição Federal de 1988 fixou a jornada em 44 horas semanais. Categorias profissionais conseguiram a diminuição para 40 horas via acordos ou convenções coletivas de trabalho.
Em agosto do ano passado, o governo federal deu sinais de que quer a redução da jornada, sem diminuição de salários, para cumprir a promessa de campanha de criar 10 milhões de empregos. Mas os empresários defendem a redução, em troca de corte nos salários, para manter os empregos.
Pelas estimativas do Dieese, se a jornada for reduzida de 44 para 40 horas semanais, cerca de dois milhões de vagas podem ser criadas.
"Vamos fazer abaixo-assinado e coletar milhões de assinaturas para mostrar ao Congresso Nacional que o país defende a redução da jornada como alternativa ao desemprego", diz João Carlos Gonçalves, secretário-geral da Força Sindical. Antonio Neto, presidente da CGTB , diz que a campanha pretende que a redução de jornada esteja estabelecida na Constituição.
Cerca de 500 operários da Cofap, em São Bernardo, aprovaram ontem em assembléia, após mais de um ano de negociação com a empresa, a redução da jornada para 40 horas e 40 minutos.


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