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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Com cenário incerto, cresce
busca por avaliação de risco
O cenário da mais absoluta
incerteza neste início de ano
multiplicou a demanda por
avaliações na agência classificadora de risco Austin Rating.
Segundo Alex Agostini, economista-chefe da consultoria, o
faturamento em janeiro e fevereiro cresceu 76%, quando
comparado ao mesmo período
do ano passado.
A agência tem sido mais procurada para fazer reavaliações
de risco em setores e empresas,
após a mudança nos valores dos
ativos provocada pela crise.
"Neste momento de incerteza,
muitas empresas e investidores
querem se cercar de informações sobre os riscos envolvidos
em suas operações ou setores
de investimentos", diz Agostini.
Segundo o economista, há
três perfis de clientes interessados nas análises neste momento. Um deles é o das empresas que buscam avaliar seus
parceiros, clientes e fornecedores, para obter maior segurança
nos negócios. "Por exemplo,
uma empresa de crédito quer
saber qual a perspectiva, neste
cenário de crise, para 11 setores
da economia nos quais ela oferece recursos", explica Agostini. "Em outras palavras, ela
quer medir quais os níveis de
exposição possíveis."
Outro perfil é o de gestores
de recursos, que buscam oportunidades de negócios. Por último, estão empresas que querem avaliar companhias do
mesmo setor, com o objetivo de
propor parcerias às que estiverem com melhores perspectivas econômicas.
Entre os setores mais visados
para análises, Agostini destaca
o de construção civil. "Essa área
tem grande potencial de crescimento, principalmente no segmento de construção pesada",
diz.
Além das avaliações de risco,
a Austin também registrou procura maior por análise de operações estruturadas, como o
uso de recebíveis. Segundo
Agostini, as operações são usadas como alternativas à captação de crédito no sistema financeiro. "Como o crédito ficou
restrito e caro, as empresas estão estudando outras opções
para garantir o caixa."
"Neste momento
de incerteza, muitas
empresas e
investidores querem se
cercar de informações
sobre os riscos
envolvidos em suas
operações ou setores de
investimentos"
ALEX AGOSTINI
economista-chefe da Austin Rating
Britânicos optam pelos jornais de
qualidade na crise
Os jornais britânicos de
qualidade acabaram, de alguma forma, beneficiados pela
crise econômica. Os leitores
do Reino Unido passaram a
optar pelos títulos mais sérios em vez dos tabloides na
hora de se informar sobre a
economia global.
As vendas do "Guardian"
cresceram 16% no segundo
semestre do ano passado
(quando a crise se agravou)
em relação ao mesmo período de 2007. Na mesma comparação, o "Times" teve aumento de 10%, segundo a
Pesquisa Nacional de Leitura. Já as vendas do diário
econômico "Financial Times" cresceram 16% ante
2007 -a maior parte do aumento ocorreu nos últimos
três meses de 2008.
Na contramão, os tabloides "Daily Mail" e "The Sun"
tiveram queda nas vendas de
11% e 8%, respectivamente,
na comparação com o segundo semestre de 2007. As do
também sensacionalista
"Daily Mirror" recuaram 6%.
Já o "Daily Telegraph" e o
"Independent" foram exceções entre os títulos de qualidade. O número de leitores
do primeiro caiu 15%; o do
segundo, 4%.
NA PLANTA
Os lançamentos imobiliários mais sofisticados e elaborados desapareceram com a crise e serão substituídos por modelos mais simples. Segundo Wilson Marchi, do Wilson Marchi EGC Arquitetura, especializado no mercado imobiliário,
as incorporadoras começam a comprar terrenos menores.
"Estão em busca dos pequenos e isso é associado ao risco
econômico. Nos menores, a obra ganha agilidade." Outra
mudança vista por Marchi no mercado de terrenos é a barganha. "Quando estava aquecido, os proprietários de terreno
foram mal acostumados. Pagava-se muito. O patamar caiu.
Agora voltaram a acontecer permutas. Esses proprietários
terão de aceitar ter participação nos empreendimentos."
FOLIA
Neste Carnaval, a prática de "cross", que promove
cruzamento entre marcas nos eventos, foi mais procurada, segundo Tatianna Oliva, diretora da Cross
Networking, que viabilizou parcerias no Camarote
da Brahma e no Bloco Skol. A empresa aliou Kibon,
Volkswagen, Havaianas e L'Óreal. "Reduz os custos.
A estratégia é evidenciar a marca da empresa que já ia
prestar de qualquer forma um serviço no evento."
TESOURA
Cerca de cem executivos e
funcionários da área de investimentos do Itaú BBA foram demitidos. Segundo a
instituição, os desligamentos são consequência da retração do mercado de bancos de investimentos provocada pela crise. "As instituições financeiras que atuam
nesse setor já têm procurado se adequar a essa nova
realidade", informou.
UNIVERSITÁRIO
O Banco do Brasil está investindo em comunicação e
em novos produtos para
atender ao público universitário. A instituição criou
uma campanha publicitária
específica para esses clientes e reformulou o site universitário do banco. Serviços
voltados para a orientação
dos estudantes na gestão de
recursos pessoais também
foram disponibilizados.
COMPLEXO
Com o capital mais escasso e caro, a britânica Icap,
uma das maiores corretoras
do mundo, que abriu suas
portas no Brasil em novembro, espera redução de demanda por produtos mais
complexos. Crê também em
maior venda de produtos financeiros de alta liquidez.
VERDE
O município de Juruti, no
oeste do Pará, vai receber,
pela primeira vez, um curso
de capacitação de agentes de
sustentabilidade para desenvolver ações na região. A
escola tem apoio técnico do
Instituto Peabiru e recursos
da Alcoa Foundation e da
Instituto Alcoa.
com CRISTIANE BARBIERI (interina), JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e MÔNICA BERGAMO
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