São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 2009

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Piora no cenário econômico global diminui fluxo de capitais

DA REDAÇÃO

A queda no investimento estrangeiro no país no mês passado é resultado do agravamento da crise global, a partir de setembro de 2008, e não deve ser exceção neste ano, com as estimativas de que o fluxo de capital para os mercados emergentes, como o Brasil, recue mais de 80% em relação ao seu pico.
E os primeiros dados do ano da balança comercial de grandes países exportadores, especialmente os da Ásia, mostram que o comércio global caminha para um grande tombo neste ano, com os consumidores pelo mundo cortando gastos.
Com as perspectivas mais otimistas apontando para a quase estagnação da economia mundial e com a paralisação dos mercados de crédito -especialmente a partir da concordata do banco americano Lehman Brothers, há cerca de cinco meses-, o fluxo de capital privado para os países emergentes, que inclui os investimentos diretos, deve ficar em US$ 165 bilhões neste ano, segundo o IIF (Instituto de Finanças Internacionais, formado por mais de 300 bancos). O montante representa uma queda de 82,2% em relação ao pico de dois anos atrás e de 64,5% ante 2008.
E a América Latina só deve ser afetada menos que os países emergentes da Europa. Para os latino-americanos, o IIF estima uma queda de 51,6%, para US$ 43 bilhões, ou US$ 140 bilhões menos que em 2007. A projeção para os europeus é de queda de 88,1% na comparação com o ano passado.
As perspectivas de encolhimento da economia global também estão reduzindo o apetite das famílias e das empresas, como mostram as balanças comerciais de diversos países. Segunda maior exportadora mundial, a China vendeu em janeiro para o exterior 17,5% menos, ante igual período do ano passado, a maior queda desde 1998. No Japão, as vendas de bens e serviços para o exterior recuaram 46% nos primeiros 20 dias de janeiro, após a queda histórica de 35% em dezembro.
Outro reflexo é o aumento de medidas protecionistas, como o "Buy American", o artigo do pacote de US$ 787 bilhões para estimular a economia dos EUA que exige que todas as obras do plano usem ferro, aço e bens manufaturados americanos, e o empréstimo bilionário do governo francês para as montadoras em troca de que não fechem as fábricas locais.


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