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Piora no cenário econômico global diminui fluxo de capitais
DA REDAÇÃO
A queda no investimento estrangeiro no país no mês passado é resultado do agravamento
da crise global, a partir de setembro de 2008, e não deve ser exceção neste ano, com as estimativas de que o fluxo de capital para
os mercados emergentes, como
o Brasil, recue mais de 80% em
relação ao seu pico.
E os primeiros dados do ano
da balança comercial de grandes
países exportadores, especialmente os da Ásia, mostram que o
comércio global caminha para
um grande tombo neste ano,
com os consumidores pelo mundo cortando gastos.
Com as perspectivas mais otimistas apontando para a quase
estagnação da economia mundial e com a paralisação dos mercados de crédito -especialmente a partir da concordata do banco americano Lehman Brothers,
há cerca de cinco meses-, o fluxo de capital privado para os países emergentes, que inclui os investimentos diretos, deve ficar
em US$ 165 bilhões neste ano,
segundo o IIF (Instituto de Finanças Internacionais, formado
por mais de 300 bancos). O montante representa uma queda de
82,2% em relação ao pico de dois
anos atrás e de 64,5% ante 2008.
E a América Latina só deve ser
afetada menos que os países
emergentes da Europa. Para os
latino-americanos, o IIF estima
uma queda de 51,6%, para US$
43 bilhões, ou US$ 140 bilhões
menos que em 2007. A projeção
para os europeus é de queda de
88,1% na comparação com o ano
passado.
As perspectivas de encolhimento da economia global também estão reduzindo o apetite
das famílias e das empresas, como mostram as balanças comerciais de diversos países. Segunda maior exportadora mundial, a China vendeu em janeiro
para o exterior 17,5% menos,
ante igual período do ano passado, a maior queda desde 1998.
No Japão, as vendas de bens e
serviços para o exterior recuaram 46% nos primeiros 20 dias
de janeiro, após a queda histórica de 35% em dezembro.
Outro reflexo é o aumento de
medidas protecionistas, como o
"Buy American", o artigo do pacote de US$ 787 bilhões para estimular a economia dos EUA
que exige que todas as obras do
plano usem ferro, aço e bens
manufaturados americanos, e o
empréstimo bilionário do governo francês para as montadoras em troca de que não fechem
as fábricas locais.
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