São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 2009

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Caso do UBS nos EUA leva ações de bancos suíços a baixa recorde

ANDREA MURTA
DE NOVA YORK

Ações de bancos suíços despencaram na Bolsa de Zurique ontem, embaladas pela tentativa do governo dos EUA de forçar o maior deles, o UBS AG, a revelar quem são os 52 mil clientes americanos que mantinham contas secretas para supostamente sonegar impostos.
O UBS chegou à baixa recorde de 10,54 francos e fechou com perda de 14%, a 11 francos. Foi a maior queda desde 16 de setembro, logo após o Lehman Brothers falir. Os rivais Credit Suisse e Julius Baer caíram 9% e 10%, respectivamente. O franco suíço recuou 1% ante o dólar e 0,6% ante o euro.
O processo contra o UBS nos EUA criou tensão sobre o futuro do sistema bancário privado suíço, que floresceu alimentado pela tradição de privacidade. O presidente do país, Hans-Rudolf Merz, negou sistematicamente nos últimos dias que as regras sobre proteção de informações serão prejudicadas, mas se teme que milhares de clientes abandonem os bancos.
O UBS admitiu que ajudava clientes americanos a montar esquemas para não pagar impostos. Para evitar um processo criminal, o banco concordou em pagar US$ 780 milhões e entregar a autoridades nos EUA os nomes de 250 a 300 clientes suspeitos de fraude.
Outro processo do governo, desta vez civil, foi apresentado anteontem para tentar forçar o banco a repassar titulares de 32.940 contas secretas contendo dinheiro e 20.887 com títulos que acumulavam US$ 14,8 bilhões em meados da década.
Como provas de fraude, o governo apresentou um relatório de 2004 do UBS e dezenas de e-mails de executivos em que o banco se refere a um plano conhecido como "solução suíça".
A linguagem muitas vezes era codificada. "Uma noz" significa US$ 250 mil. Cores eram usadas para moedas: laranja representa o euro, e azul, a libra.
Um dos clientes disse ao "New York Times" que o UBS oferecia ainda equipamentos eletrônicos com chips que permitiam acessos e transferências secretas de dinheiro.


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