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Caso do UBS nos EUA leva ações de bancos suíços a baixa recorde
ANDREA MURTA
DE NOVA YORK
Ações de bancos suíços despencaram na Bolsa de Zurique
ontem, embaladas pela tentativa do governo dos EUA de forçar o maior deles, o UBS AG, a
revelar quem são os 52 mil
clientes americanos que mantinham contas secretas para supostamente sonegar impostos.
O UBS chegou à baixa recorde de 10,54 francos e fechou
com perda de 14%, a 11 francos.
Foi a maior queda desde 16 de
setembro, logo após o Lehman
Brothers falir. Os rivais Credit
Suisse e Julius Baer caíram 9%
e 10%, respectivamente. O
franco suíço recuou 1% ante o
dólar e 0,6% ante o euro.
O processo contra o UBS nos
EUA criou tensão sobre o futuro do sistema bancário privado
suíço, que floresceu alimentado pela tradição de privacidade.
O presidente do país, Hans-Rudolf Merz, negou sistematicamente nos últimos dias que as
regras sobre proteção de informações serão prejudicadas,
mas se teme que milhares de
clientes abandonem os bancos.
O UBS admitiu que ajudava
clientes americanos a montar
esquemas para não pagar impostos. Para evitar um processo
criminal, o banco concordou
em pagar US$ 780 milhões e
entregar a autoridades nos
EUA os nomes de 250 a 300
clientes suspeitos de fraude.
Outro processo do governo,
desta vez civil, foi apresentado
anteontem para tentar forçar o
banco a repassar titulares de
32.940 contas secretas contendo dinheiro e 20.887 com títulos que acumulavam US$ 14,8
bilhões em meados da década.
Como provas de fraude, o governo apresentou um relatório
de 2004 do UBS e dezenas de e-mails de executivos em que o
banco se refere a um plano conhecido como "solução suíça".
A linguagem muitas vezes
era codificada. "Uma noz" significa US$ 250 mil. Cores eram
usadas para moedas: laranja representa o euro, e azul, a libra.
Um dos clientes disse ao
"New York Times" que o UBS
oferecia ainda equipamentos
eletrônicos com chips que permitiam acessos e transferências secretas de dinheiro.
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