MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A inflação entrou definitivamente no sinal verde, ao recuar para uma taxa inferior a 1%, na avaliação da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Heron do Carmo, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da instituição, disse ontem que o cenário é de desaceleração nos preços.
No último trimestre de 2002, quando a taxa acumulada foi de 5,86%, a inflação entrou no vermelho, passou para o amarelo no primeiro bimestre, com 3,84%, mas agora deverá seguir o mesmo comportamento de taxas baixas dos anos anteriores, disse.
A Fipe constatou que, nos últimos 30 dias terminados em 15 deste mês, os preços subiram, em média, 0,92%, a menor taxa desde outubro de 2002. Nesse ritmo, os preços terminam o mês com variação próxima de 0,6%, o que não ocorre desde junho de 2002.
Restam poucas pressões no índice e os aumentos de preços perderam força. A alta mais significativa nos últimos 30 dias foi a do imposto predial, que gerou inflação de 0,06% no período. O índice deve sofrer também pressão dos remédios, que subiram 1,03%, e dos dissídios -dependendo do índice concedido, as empresas podem repassar esses custos para os salários, diz Heron.
Do outro lado, vários itens deverão empurrar para baixo a taxa de inflação nas próximas semanas. Um deles é o de transporte. Outro são os alimentos. O fim do calor e das chuvas fortes dos primeiros meses do ano permitirá uma oferta maior de produtos "in natura", os que mais sobem atualmente no setor.
Na análise da Fipe, esse recuo dos preços não alivia a taxa de inflação deste ano, mas já sinaliza queda em 2004. Na avaliação de Heron, em março do próximo ano a inflação acumulada em 12 meses já deverá ter caído para 7%. A taxa acumulada deste mês deve ficar próxima de 14%.


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