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CRISE
Estiagem em Minas, Paraná e outros Estados faz órgão reduzir produção de grãos em 1,5%, para 122,6 milhões de toneladas
Conab reduz estimativa de safra após seca
FERNANDO ITOKAZU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A estiagem, principalmente em
Minas Gerais e Paraná, fez a Conab (Companhia Nacional de
Abastecimento) reduzir sua estimativa da produção da safra de
grãos 2005/6 de 124,4 milhões para 122,6 milhões de toneladas,
queda de 1,5% em relação ao seu
levantamento de janeiro.
Se a previsão for confirmada, a
produção vai aumentar 7,6% em
relação à safra anterior (113,9 milhões de toneladas), mas ficará
abaixo do recorde de 2002/3, com
123,2 milhões de toneladas.
Em janeiro, o presidente da Conab, Jacinto Ferreira, disse que as
perspectivas eram de situação climática normal e que a tendência
era que a produção aumentasse
nos próximos levantamentos.
Ontem, Ferreira afirmou ter sido surpreendido pela seca em Minas Gerais, principalmente no noroeste do Estado. "Isso acabou
afetando a produção de milho",
disse. A estiagem em Minas teve
início na segunda semana de janeiro e prosseguiu até fevereiro.
Com isso, a produção da primeira safra é de 31,9 milhões de
toneladas, redução de 2,9% em
relação ao levantamento anterior
(32,9 milhões). O milho da primeira safra representa 26% da
produção nacional de grãos.
Outra cultura prejudicada pela
estiagem foi a soja, que participa
com 46,7% do total da produção
nacional de grãos. A falta de chuva no Paraná, de novembro até o
final de janeiro, comprometeu a
soja, cuja produção era calculada
em 58,18 milhões de toneladas e
está estimada agora em 57,20 milhões, redução de 1,7%. "No Paraná choveu muito, mas na hora errada." O Estado tem 17,5% da
produção do país e só fica atrás de
Mato Grosso (30,5%).
O milho e a soja foram bastante
prejudicados pela seca na safra
passada. A recuperação dessas lavouras era apontada, em janeiro,
pela Conab como um dos principais fatores para a perspectiva de
produção recorde nesta safra.
O presidente da Conab culpou
ainda a quebra da safra de feijão,
na Bahia para a redução da estimativa da produção. O grão (primeira safra) teve 1,14 milhão de
tonelada. A Conab previa 1,30.
Ferreira ressaltou que não há
risco de desabastecimento. E informou que a Conab vai realizar
12 levantamentos por safra (hoje
são seis) para afinar os resultados.
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