São Paulo, terça-feira, 21 de março de 2006

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CRISE

Estiagem em Minas, Paraná e outros Estados faz órgão reduzir produção de grãos em 1,5%, para 122,6 milhões de toneladas

Conab reduz estimativa de safra após seca

FERNANDO ITOKAZU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A estiagem, principalmente em Minas Gerais e Paraná, fez a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) reduzir sua estimativa da produção da safra de grãos 2005/6 de 124,4 milhões para 122,6 milhões de toneladas, queda de 1,5% em relação ao seu levantamento de janeiro.
Se a previsão for confirmada, a produção vai aumentar 7,6% em relação à safra anterior (113,9 milhões de toneladas), mas ficará abaixo do recorde de 2002/3, com 123,2 milhões de toneladas.
Em janeiro, o presidente da Conab, Jacinto Ferreira, disse que as perspectivas eram de situação climática normal e que a tendência era que a produção aumentasse nos próximos levantamentos.
Ontem, Ferreira afirmou ter sido surpreendido pela seca em Minas Gerais, principalmente no noroeste do Estado. "Isso acabou afetando a produção de milho", disse. A estiagem em Minas teve início na segunda semana de janeiro e prosseguiu até fevereiro.
Com isso, a produção da primeira safra é de 31,9 milhões de toneladas, redução de 2,9% em relação ao levantamento anterior (32,9 milhões). O milho da primeira safra representa 26% da produção nacional de grãos.
Outra cultura prejudicada pela estiagem foi a soja, que participa com 46,7% do total da produção nacional de grãos. A falta de chuva no Paraná, de novembro até o final de janeiro, comprometeu a soja, cuja produção era calculada em 58,18 milhões de toneladas e está estimada agora em 57,20 milhões, redução de 1,7%. "No Paraná choveu muito, mas na hora errada." O Estado tem 17,5% da produção do país e só fica atrás de Mato Grosso (30,5%).
O milho e a soja foram bastante prejudicados pela seca na safra passada. A recuperação dessas lavouras era apontada, em janeiro, pela Conab como um dos principais fatores para a perspectiva de produção recorde nesta safra.
O presidente da Conab culpou ainda a quebra da safra de feijão, na Bahia para a redução da estimativa da produção. O grão (primeira safra) teve 1,14 milhão de tonelada. A Conab previa 1,30.
Ferreira ressaltou que não há risco de desabastecimento. E informou que a Conab vai realizar 12 levantamentos por safra (hoje são seis) para afinar os resultados.


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