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OUTRO LADO
Relator afirma que não houve favorecimento
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), relator da medida provisória do setor elétrico,
disse que criou a figura do produtor independente autônomo
para "evitar que apenas duas
empresas tomassem conta do
negócio".
Segundo ele, empresas ligadas à Iberdrola e à Eletricité de
France dominam 90% dos projetos -num total de 3.000 megawatts- registrados na Aneel
(Agência Nacional de Energia
Elétrica).
"Eles fizeram um lobby pesado para continuar dominando
o mercado. Pelo visto não desistiram", afirmou o deputado.
Aleluia disse desconhecer
que o empresário Carlos Suarez tenha projeto para construção de uma usina eólica no
Nordeste aprovado pela Aneel.
Ele afirmou que é amigo do
empresário, mas negou que
Suarez tenha doado dinheiro
para sua campanha eleitoral.
"É só olhar na minha prestação
de contas no TRE [Tribunal
Regional Eleitoral]."
Reajuste diferenciado
O deputado disse que o reajuste diferenciado para a indústria eletrointensiva foi fixado
com base em proposta do líder
do PPB, Odelmo Leão (MG),
com apoio de deputados de diversos partidos. A emenda, segundo ele, foi negociada durante a votação da medida provisória no plenário.
"O texto não é mandatório. É
autorizativo. O reajuste vai depender do contrato feito pelo
governo", afirmou. Segundo
Aleluia, a compra de energia
emergencial desse setor também é opcional e só vale para
períodos de racionamento. "O
texto não manda. Diz pode",
afirmou.
Defesa do consumidor
No início deste mês, antes de
a medida provisória ser aprovada pelo Senado, Aleluia afirmou que não aceitaria os pedidos das empresas para não aumentar o número de consumidores classificados como de
baixa renda [excluídos do aumento extra de energia]. "O
meu dever é defender o consumidor", afirmou o deputado
no dia 9 deste mês.
O texto aprovado define como consumidores de baixa
renda aqueles com consumo
até 80 kWh/mês.
Até a aprovação da medida
provisória, cada distribuidora
de energia definia quem era o
consumidor de baixa renda.
Eles somavam cerca de 11 milhões. Com a mudança na MP,
as empresas temiam o aumento desse número.
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