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LIGAÇÕES PERIGOSAS
Posição contraria ministros brasileiros
Juiz de NY decide que Opportunity não pode voltar ao comando da BrT
GUILHERME BARROS
COLUNISTA DA FOLHA
JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
O juiz Lewis Kaplan, da Corte de
Nova York, decidiu ontem que o
grupo Opportunity não pode voltar ao comando da BrT (Brasil Telecom). Em 24 páginas, o magistrado proibiu o uso do chamado
"guarda-chuva" (ou "umbrella",
em inglês), documento que garante ao grupo a gestão dos fundos de investimento que comandam a operadora brasileira.
O Opportunity briga com dois
de seus sócios -fundos de pensão e Citigroup- pelo comando
da BrT, operadora de telefonia fixa criada em 1998, com a privatização da Telebrás, que atua nas
regiões Norte, Centro-Oeste e Sul.
A decisão de Kaplan deveria ter
sido anunciada há sete dias, mas o
juiz adiou sua manifestação após
a Justiça brasileira permitir a vigência do "guarda-chuva".
No último dia 12, a 8ª Câmara
do Tribunal de Justiça do Rio de
Janeiro revogou uma liminar,
concedida em 2005, que suspendia os efeitos do "guarda-chuva".
Os três desembargadores que
analisaram o caso chegaram à
conclusão de que os advogados
dos fundos de pensão haviam
perdido o prazo para recorrer à
Justiça contra o acordo.
Diante da decisão, os fundos de
pensão apresentaram dois recursos ao STJ. Foram malsucedidos
no que estava nas mãos do ministro Humberto Gomes de Barros.
No início da noite de ontem,
Barros tornou público seu despacho. Considerou que os fundos
não devem recorrer ao STJ, mas
às vias usuais -ou seja, ao próprio tribunal fluminense.
O outro recurso apresentado
pelos fundos está com o presidente do STJ, ministro Raphael de
Barros Monteiro Filho. Ele ainda
não decidiu sobre o assunto.
A decisão marca uma mudança
na posição do STJ. O antecessor
de Monteiro Filho, Edson Vidigal,
havia concedido várias decisões
favoráveis aos fundos de pensão
enquanto presidiu o tribunal. Em
contrapartida, o juiz Kaplan decidiu na mesma linha desde o início
do processo movido pelo Citi.
Agora fica a dúvida se o Opportunity voltará ao comando da
Brasil Telecom. Para tanto, o grupo teria de ignorar a sentença de
Kaplan e valer-se apenas dos despachos dos juízes brasileiros.
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