São Paulo, terça-feira, 21 de abril de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Crise traz altos executivos de volta para o Brasil

Executivos brasileiros que ocupavam altos cargos em empresas no exterior, como diretoria e vice-presidência, agora voltam para o Brasil, espantados pela crise.
A Michael Page Executive Search, braço do grupo Michael Page especializado em cargos elevados, foi procurada por 90 profissionais desse perfil, no primeiro trimestre deste ano. No mesmo período de 2008, apenas 15 consultaram a empresa para retornar ao país.
O primeiro movimento de retorno ocorreu na média gerência, que começou a voltar assim que a crise estourou após a quebra do Lehman Brothers, em setembro. Em dezembro e janeiro, foram os altos executivos, profissionais com 43 anos em média, na maioria homens, de cargos como vice-presidência e diretoria, que passaram a aparecer no Brasil.
Apesar de seus currículos, esses executivos têm encontrado dificuldades para se recolocar. Além da crise, que naturalmente restringe o mercado, os profissionais ficaram muito tempo longe e acabaram perdendo o "network" no Brasil, que é a rede de contatos, segundo Fernando Andraus, responsável pela Michael Page Executive Search. "Um diretor financeiro precisa ter um "network" com bancos, por exemplo. O profissional financeiro e comercial de primeira linha precisa disso", afirma.
O tempo de recolocação desses profissionais subiu de três meses para uma projeção de seis meses agora. Segundo Andraus, o que as empresas estão procurando são profissionais que tenham rede de contatos local forte ou carteira de clientes consolidada, para atuar no curto prazo. "O "network" para altos executivos é importante para os resultados iniciais e estamos em um momento em que as empresas querem resultados de curtíssimo prazo."
De acordo com levantamento feito pela Michael Page, 20% desses executivos interessados em retornar estão nos Estados Unidos.

SEGURANÇA

A demanda por seguros de responsabilidade civil para executivos se aqueceu após a crise, segundo a Zurich Brasil Seguros. O volume de prêmios subiu de R$ 2,6 milhões no primeiro trimestre de 2008 para R$ 5,8 milhões no primeiro trimestre deste ano. Rafael Yamato, diretor da Zurich, afirma que as solicitações de contrato aumentaram porque a percepção de risco cresceu nos últimos meses. "A crise estimulou o interesse por esses seguros porque os administradores passaram a ter mais receio de serem processados. Houve aumento tanto no volume de negócios quanto nas taxas. Com a crise, a percepção de risco subiu e, consequentemente, a taxa de seguros também", diz Yamato.

PROBLEMAS INTERNOS

O setor de aviação foi o que mais registrou crises corporativas em 2008, segundo o levantamento IC Crisis Index, realizado pela agência Imagem Corporativa. A pesquisa mapeou 402 crises envolvendo empresas, a partir de notícias publicadas nos principais jornais e revistas do país. Em 2008, 10% dessas crises foram no setor de aviação, pouco menos que o registrado em 2007 -15%. No ano passado, os embates entre as companhias aéreas e a Anac e os planos de recuperação das empresas colocaram o setor no topo da lista, segundo o estudo.

PESSIMISMO
O economista Nouriel Roubini afirmou ontem, em Hong Kong, que ainda está pessimista e que a recuperação da economia vai levar mais tempo que o previsto, segundo a Bloomberg. Roubini, que previu a atual crise econômica, afirmou que os lucros corporativos "serão uma má surpresa". "Muitos bancos, mesmo os melhores, enfrentarão problemas", disse.

TROCA
Dos 248.794 clientes que optaram pela portabilidade numérica de linhas fixas em todo o país até ontem, 105.781 mudaram para os serviços da Embratel -Net Fone, Embratel PME, Livre e Telefonia Corporativa. A portabilidade entrou em vigor em setembro de 2008.

FESTA
O Carrefour investirá R$ 3 milhões em ações para comemorar o Ano da França no Brasil. Entre os eventos, estão cursos, exposições e festivais.

BAIÃO
O grupo Fitta, de franquias de agências de câmbio, está de olho no mercado nordestino. Com cinco lojas na região, a empresa planeja abrir mais 15 unidades até o final do ano.

CARRO
Dos cerca de 2 milhões de clientes de seguro de automóveis da SulAmérica, 15% deles têm veículos novos, segundo a seguradora. Para o presidente da empresa, Patrick Larragoiti Lucas, a manutenção da venda de veículos no país em um patamar elevado em meio à crise fará com que as vendas de seguro automotivo da SulAmérica cresçam em 2009 no mesmo nível registrado entre 2003 e 2008 -alta de 10%.

CARTEIRA
A SulAmérica aumentou de 7% para 12% o percentual de clientes que possuem mais de um produto da seguradora entre 2007 e 2008. Entre os motivos para a expansão, a empresa destaca as ações da área de gestão de relacionamento com o cliente, criada no final de 2007 e que realizou 120 ações em 2008.


com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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