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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Crise traz altos executivos
de volta para o Brasil
Executivos brasileiros que
ocupavam altos cargos em empresas no exterior, como diretoria e vice-presidência, agora
voltam para o Brasil, espantados pela crise.
A Michael Page Executive
Search, braço do grupo Michael
Page especializado em cargos
elevados, foi procurada por 90
profissionais desse perfil, no
primeiro trimestre deste ano.
No mesmo período de 2008,
apenas 15 consultaram a empresa para retornar ao país.
O primeiro movimento de
retorno ocorreu na média gerência, que começou a voltar
assim que a crise estourou após
a quebra do Lehman Brothers,
em setembro. Em dezembro e
janeiro, foram os altos executivos, profissionais com 43 anos
em média, na maioria homens,
de cargos como vice-presidência e diretoria, que passaram a
aparecer no Brasil.
Apesar de seus currículos, esses executivos têm encontrado
dificuldades para se recolocar.
Além da crise, que naturalmente restringe o mercado, os profissionais ficaram muito tempo
longe e acabaram perdendo o
"network" no Brasil, que é a rede de contatos, segundo Fernando Andraus, responsável
pela Michael Page Executive
Search. "Um diretor financeiro
precisa ter um "network" com
bancos, por exemplo. O profissional financeiro e comercial
de primeira linha precisa disso", afirma.
O tempo de recolocação desses profissionais subiu de três
meses para uma projeção de
seis meses agora. Segundo Andraus, o que as empresas estão
procurando são profissionais
que tenham rede de contatos
local forte ou carteira de clientes consolidada, para atuar no
curto prazo. "O "network" para
altos executivos é importante
para os resultados iniciais e estamos em um momento em
que as empresas querem resultados de curtíssimo prazo."
De acordo com levantamento feito pela Michael Page, 20%
desses executivos interessados
em retornar estão nos Estados
Unidos.
SEGURANÇA
A demanda por seguros de responsabilidade civil para executivos se aqueceu após a crise, segundo a Zurich Brasil Seguros. O volume de prêmios subiu de R$ 2,6 milhões no primeiro trimestre de 2008 para R$ 5,8 milhões no primeiro
trimestre deste ano. Rafael Yamato, diretor da Zurich, afirma que as solicitações de contrato aumentaram porque a
percepção de risco cresceu nos últimos meses. "A crise estimulou o interesse por esses seguros porque os administradores passaram a ter mais receio de serem processados.
Houve aumento tanto no volume de negócios quanto nas taxas. Com a crise, a percepção de risco subiu e, consequentemente, a taxa de seguros também", diz Yamato.
PROBLEMAS INTERNOS
O setor de aviação foi o
que mais registrou crises
corporativas em 2008, segundo o levantamento IC
Crisis Index, realizado pela agência Imagem Corporativa. A pesquisa mapeou
402 crises envolvendo
empresas, a partir de notícias publicadas nos principais jornais e revistas do
país. Em 2008, 10% dessas crises foram no setor
de aviação, pouco menos
que o registrado em 2007
-15%. No ano passado, os
embates entre as companhias aéreas e a Anac e os
planos de recuperação das
empresas colocaram o setor no topo da lista, segundo o estudo.
PESSIMISMO
O economista Nouriel
Roubini afirmou ontem, em
Hong Kong, que ainda está
pessimista e que a recuperação da economia vai levar
mais tempo que o previsto,
segundo a Bloomberg. Roubini, que previu a atual crise
econômica, afirmou que os
lucros corporativos "serão
uma má surpresa". "Muitos
bancos, mesmo os melhores,
enfrentarão problemas",
disse.
TROCA
Dos 248.794 clientes que
optaram pela portabilidade
numérica de linhas fixas em
todo o país até ontem,
105.781 mudaram para os
serviços da Embratel -Net
Fone, Embratel PME, Livre
e Telefonia Corporativa. A
portabilidade entrou em vigor em setembro de 2008.
FESTA
O Carrefour investirá R$ 3
milhões em ações para comemorar o Ano da França
no Brasil. Entre os eventos,
estão cursos, exposições e
festivais.
BAIÃO
O grupo Fitta, de franquias
de agências de câmbio, está
de olho no mercado nordestino. Com cinco lojas na região, a empresa planeja abrir
mais 15 unidades até o final
do ano.
CARRO
Dos cerca de 2 milhões de
clientes de seguro de automóveis da SulAmérica, 15%
deles têm veículos novos, segundo a seguradora. Para o
presidente da empresa, Patrick Larragoiti Lucas, a manutenção da venda de veículos no país em um patamar
elevado em meio à crise fará
com que as vendas de seguro
automotivo da SulAmérica
cresçam em 2009 no mesmo
nível registrado entre 2003 e
2008 -alta de 10%.
CARTEIRA
A SulAmérica aumentou
de 7% para 12% o percentual
de clientes que possuem
mais de um produto da seguradora entre 2007 e 2008.
Entre os motivos para a expansão, a empresa destaca as
ações da área de gestão de relacionamento com o cliente,
criada no final de 2007 e que
realizou 120 ações em 2008.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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