|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bancos voltam a preocupar nos EUA
Bank of America triplica lucro, mas separa US$ 13,4 bi para cobrir perdas com crédito, e ações caem 24%
Sequência positiva de
balanços bancários nos
Estados Unidos já começa
a ser encarada com maior
ceticismo por investidores
DA REDAÇÃO
O lucro do maior banco dos
Estados Unidos em valor de ativos, o Bank of America (BofA),
superou as expectativas e atingiu US$ 4,2 bilhões, mais que o
triplo do obtido no mesmo período do ano passado (US$ 1,21
bilhão). No entanto, as ações da
instituição caíram 24,32% -a
maior desvalorização da Bolsa
de Valores de Nova York, que
ontem fechou em baixa de
3,56%, também sob influência
negativa de outros papéis do setor financeiro. As ações do Citigroup caíram 19,45%, e as do
JPMorgan Chase, 10,73%.
A razão para o pessimismo
foi o entendimento de analistas
de que o lucro deveu-se a razões isoladas ou ajustes contábeis -colaboraram para o resultado as receitas advindas da
compra do banco de investimento Merrill Lynch, em 2008.
Além disso, a instituição anunciou que teve de separar US$
13,4 bilhões para cobrir perdas
com crédito nos primeiros três
meses do ano, acima dos US$
8,54 bilhões do quarto trimestre de 2008, o que mostra que a
instituição continua afetada
pela queda na qualidade de crédito nos EUA.
"Nós compreendemos que
continuamos a enfrentar desafios muito difíceis", disse o presidente do BofA, Ken Lewis,
que vinha sendo pressionado
por acionistas após o banco dispor de US$ 30 bilhões no ano
passado para concluir aquisições, enquanto a crise financeira global se agravava. No ano
passado, o BofA recebeu US$
45 bilhões do governo no âmbito do pacote do Tesouro de resgate às instituições financeiras.
A receita do banco no primeiro trimestre mais que dobrou,
para US$ 35,76 bilhões -a estimativa era de alta de US$ 27,13
bilhões.
O balanço do Bank of America segue a divulgação de outros
resultados positivos no setor
bancário nos Estados Unidos,
como os do Citigroup (lucro de
US$ 1,6 bilhão), do JPMorgan
Chase (US$ 2,14 bilhões) e do
Goldman Sachs (US$ 1,66 bilhão), mas a suposta recuperação dos bancos já começa a ser
vista com maior ceticismo.
Joe Saluzzi, vice-diretor de
investimentos da Themis Trading, afirmou que os resultados
acima das estimativas podem
ocultar problemas. "Os investidores olham para esses balanços e começam a dizer que não
são assim tão bons", afirmou.
Texto Anterior: Bancos: Bradesco eleva a sua participação no português BES Próximo Texto: Crise: Colômbia pede linha de crédito de US$ 10,4 bi ao FMI Índice
|