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Governo decide adiar por mais 60 dias retaliação aos EUA
Avaliação é que as medidas de compensação propostas têm sido adequadamente cumpridas
EDUARDO RODRIGUES
SIMONE IGLESIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo brasileiro adiará
por mais 60 dias a aplicação das
medidas de retaliação comercial contra os Estados Unidos,
uma vez que as propostas oferecidas pelas autoridades americanas no início deste mês até
agora têm sido cumpridas.
A decisão será publicada no
"Diário Oficial da União" de
amanhã, quando se encerraria
o prazo dado pelo Brasil para
que as compensações fossem
colocadas em prática. Dessa
forma, os países terão mais dois
meses para chegar a um acordo
mais abrangente sobre o fim
dos subsídios e garantias ilegais
pagos aos produtores de algodão norte-americanos.
"Tem muita gente que não
gostaria que nosso querido
Brasil fizesse retaliação por
conta do algodão. Ora, se a
OMC tem regra, ela vale para o
Gabão e para os EUA", disse ontem o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, que se equivocou
ao afirmar que o acordo definitivo havia sido concluído.
"Achei muito positivo que tenha sido possível para os dois
governos encontrar modos de
operação que permitam avanços. Foi importante detectarmos boa vontade e disposição
dos dois lados, mas temos de
ser realistas, Há aspectos muito
difíceis de serem tratados nos
próximos dias", disse o embaixador brasileiro na OMC (Organização Mundial do Comércio), Roberto Azevedo.
A sobretaxação de 102 mercadorias estava prevista para o
último dia 7, mas negociadores
apresentaram propostas consideradas positivas pelo Brasil,
que suspendeu temporariamente a punição autorizada pela OMC, cujo impacto potencial
em 2010 é de US$ 591 milhões.
Colaborou LUCIANA COELHO , de Genebra
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