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"Pai da meta" diz
que inflação vai
ficar acima de 7%
ÉRICA FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
A inflação neste ano deverá
atingir um pouco mais de 7%,
acima do centro da meta de
5,5%. A estimativa é de Sérgio
Werlang, diretor do Itaú e ex-diretor do Banco Central.
Para ele, a decisão do Copom
de manter a taxa de juros em
16% ao ano foi correta.
"Como já estamos projetando uma inflação dentro da banda [que vai de 3% a 8%], mas
acima do centro da meta, acho
que a decisão do BC foi correta,
sim", diz Werlang, um dos pais
do regime de metas.
Para ele, a forte turbulência
que afetou o mercado financeiro ontem esteve mais relacionada à continuação do cenário
externo desfavorável do que à
manutenção dos juros pelo BC.
Segundo Werlang, a preocupação com uma possível pressão dos preços de ativos que estão em alta -como o dólar e o
petróleo- sobre a inflação deve ter sido a principal razão da
cautela do BC.
Werlang explica que, embora
a política monetária tenha
-como o próprio BC já reconheceu- efeitos limitados sobre os chamados choques primários de preços, é um instrumento capaz de evitar ou, pelo
menos, limitar uma disseminação dos mesmos.
Por exemplo, uma política
monetária mais apertada não
consegue impedir que um choque nos valores de negociação
do petróleo seja repassado para
o preço da gasolina. Esse é um
choque primário.
Mas é eficaz em reprimir a
demanda de consumidores.
Com isso, acaba minimizando
os repasses que fornecedores
fariam dos preços maiores do
combustível a outros produtos,
já que estes passam a temer
uma forte queda nas vendas.
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