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País precisa crescer mais de 4% para reduzir taxa, dizem analistas
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil teria de crescer acima
de 4% ao ano a partir deste ano
para que a taxa de desemprego
voltasse a cair. A projeção de crescimento de 3,5% para a economia
brasileira neste ano, na melhor
das hipóteses, pode somente
manter o desemprego no nível
atual, na análise de economistas
ouvidos pela Folha.
"Se o país crescer 3,5% ao ano
por quatro anos seguidos, provavelmente a taxa de desemprego
pára de subir. Para que a taxa diminua mesmo, o Brasil tem de
crescer acima de 4% ao ano", afirma Francisco Pessoa Faria, economista da LCA Consultores.
A estimativa dos economistas é
que cerca de 1,5 milhão de trabalhadores entram por ano no mercado de trabalho. "Para absorver
essas pessoas e as que estão desempregadas, o país tem de crescer mais de 4% ao ano", diz Fabio
Silveira, sócio da MS Consult.
Para os economistas, as chances
de o Brasil crescer acima de 4% a
partir deste ano e nos próximos
dois a três anos são pequenas,
considerando o situação político-econômica atual. "Por isso, é importante que o governo tenha
programas sociais eficientes para
minimizar uma parte dessa difícil
situação do mercado de trabalho
no país", afirma Pessoa Faria.
Para José Dari Krein, professor
de economia do trabalho da Unicamp, o país não vai resolver o
problema do desemprego se não
resolver o problema econômico.
"Nem mesmo o crescimento de
3,5% previsto para este ano está
consolidado. A decisão do governo de manter os juros em 16% ao
ano jogou um balde de água fria
nas expectativas para este ano."
Na sua análise, as taxas de desemprego nem sempre revelam,
porém, a real condição da sociedade. Apesar de a taxa de desemprego na região metropolitana de
São Paulo ser recorde -20,7%
em abril sobre a PEA (População
Economicamente Ativa), como
informa o Dieese-, o aumento
no número de pessoas que procuraram emprego em abril (168 mil)
pode ser um bom sinal para o
mercado de trabalho.
"As pessoas começam a procurar emprego quando sentem uma
melhora no mercado de trabalho", afirma Krein. Cimar Azeredo Pereira, gerente da PME (Pesquisa Mensal de Emprego) do IBGE, lembra, porém, que esse grupo de pessoas que passou a procurar emprego pode ter tomado
essa decisão somente para poder
ajudar no orçamento da família,
já que o rendimento do trabalhador está em queda.
(FF)
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