São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 2008

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GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Banco Central deve acelerar ritmo da alta de juros, diz LCA

O Banco Central deve acelerar o ritmo de elevação da taxa básica de juros a partir da próxima reunião do Copom, em 3 e 4 de junho. O ciclo de aperto monetário deve durar até o fim do terceiro trimestre, segundo estimativa da consultoria LCA.
Em relação à meta de inflação, a consultoria prevê que o BC pode usar uma parte pequena da margem de tolerância da meta para acomodar as pressões inflacionárias. A estimativa da LCA é a de que o IPCA feche o ano em 5,5% -a previsão anterior era de 4,7%.
Para a consultoria, a inflação deve se mostrar mais persistente do que se esperava, mesmo com a descompressão do preço de algumas commodities, em razão da pressão dos custos imposta pela alta do petróleo e do aço.
A Selic esperada para o final do ano também foi revista e passou de 13% para 13,75% ao ano, e a projeção para o crescimento do PIB, que era de 4%, agora é de 3,7%.
A consultoria avalia que o repasse das pressões de custos e a reação da política monetária devem ser, no entanto, menos agressivos do que os do ciclo de aumento de juros de 2004.
A LCA diz que, há quatro anos, a ociosidade dos recursos produtivos se estreitava rapidamente e o investimento tinha aceleração incipiente.
Neste ano, a consultoria afirma que a utilização da capacidade instalada está em descompressão, ainda que gradativa, e que o investimento tem o quinto ano seguido de crescimento.
A LCA também lembra que, no atual cenário econômico, a penetração dos produtos importados é maior do que em 2004 e, portanto, a concorrência com os produtos brasileiros é um fator moderador para o aumento de preços.
Outra diferença apontada pela consultoria é que, há quatro anos, o BC queria reduzir a inflação de 9,3% ao ano para 5,5% e, agora, o órgão persegue a meta de 4,5%. A agressividade da política monetária, portanto, pode ser menor.

CONDUÇÃO

Apesar do aumento da frota de automóveis nas ruas, o transporte coletivo não recuou. De acordo com a Abravale (associação que reúne empresas distribuidoras de vale-transporte), o uso do transporte coletivo para o deslocamento ao trabalho aumentou. O faturamento do setor cresceu 20% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2007, segundo André Martins, presidente da Abravale. A expectativa de faturamento para este ano é de R$ 9,6 bilhões -em 2007, o número foi de R$ 8 bilhões. A justificativa, segundo Martins, está no aumento do número de carteiras assinadas na faixa de até três salários mínimos. "São sintomas do crescimento do emprego formal na baixa renda", diz.

CADEIRA
Roberto Giannetti da Fonseca é o nome mais cotado para assumir a presidência da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne) no lugar de Pratini de Moraes.

CÂMBIO
Guido Mantega se reúne na segunda-feira à tarde na Fiesp a convite de Paulo Skaf. Na pauta, fundo soberano, câmbio e inflação.

DE COBRE
Os prejuízos da indústria do cobre com roubos têm mantido altos índices. De janeiro a abril, o desvio ultrapassou 300 toneladas, totalizando mais de R$ 5,4 milhões em carga roubada. Foram registradas mais de 30 ocorrências, segundo levantamento do Sindicel (entidade que reúne os fabricantes de fios e cabos).

MAQUINÁRIO
As importações e exportações entre brasileiros e árabes subiram 40,5% nos primeiros quatro meses do ano ante igual período de 2007 e atingiram US$ 5,3 bilhões. As exportações para a região cresceram 16,5%, e as importações, 68,9%. Entre os exportados, maquinários, café e óleo de soja foram os que tiveram mais destaque.

INVESTIMENTO
O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung, reuniu-se ontem, na China, com a diretoria da Baosteel, maior siderúrgica chinesa, para acertar os últimos detalhes para a construção da Companhia Siderúrgica Vitória, um investimento de US$ 3 bilhões em parceria com a Vale no município de Anchieta. Também se discute a construção de um porto com capacidade para 5 milhões de toneladas por ano de aço. No porto, devem ser investidos mais US$ 500 milhões.

SEMENTE
A CPFL vai plantar, até o final do ano, cerca de 10 mil mudas de árvores para compensar a emissão de dióxido de carbono medido no ano passado na sede, em Campinas, e em duas unidades.


com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI


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