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Google promete levar a internet para a TV
Projeto conta com o apoio da Sony e da Intel; desafio é conquistar os consumidores e aumentar as empresas parceiras
Nova tecnologia poderá
ser utilizada em diversos televisores de alta definição ou por meio de aparelhos para transmitir o sistema
DO "NEW YORK TIMES",
EM SAN FRANCISCO
O Google quer levar a internet a uma parte dos lares que
ela ainda não atingiu: a TV.
A ambição da empresa olha
para um público espectador
composto por 4 bilhões de pessoas, o que faz desse mercado o
maior do mundo, com publicidade equivalente a US$ 70 bilhões anuais.
Na conferência anual do
Google realizada ontem, o gigante das buscas anunciou que
está liderando um grupo de
empresas, entre as quais Sony e
Intel, em um projeto chamado
Google TV.
O software Android do Google, inicialmente desenvolvido
para celulares inteligentes,
acionará o novo serviço.
A tecnologia poderá ser utilizada em diversos televisores de
alta definição. Mas, para quem
não deseja trocar de aparelho
de televisão, a Logitech, fabricante de periféricos para computadores como teclados e
webcans, irá fabricar um decodificador que permitirá às pessoas usar o sistema.
O Google informou que o serviço Google TV combinaria
programação tradicional de televisão com vídeos de internet
e permitiria que as pessoas procurassem programas facilmente, sem ter de ficar percorrendo
as listas de programação dos televisores.
Significa dizer que o sistema
leva comandos da internet à
programação televisiva. Se o
usuário faz uma busca pelo seu
seriado favorito, vai encontrar
resultados tanto da televisão
como da internet.
Desafios
O esforço, provavelmente,
terá de enfrentar obstáculos. O
Google precisa convencer outros fabricantes além da Sony
(uma empresa em crise) a usar
seu software. E fazer com que
os consumidores se interessem
em uma TV com conexão web.
De acordo com analistas, ainda que as companhias envolvidas não tenham discutido preços, os chips de alta potência
que acionarão esses novos serviços devem elevar o preço dos
televisores em até US$ 100.
A Intel será a companhia que
fornecerá os processadores. A
empresa investiu bilhões de
dólares no desenvolvimento
desses chips nos últimos anos,
em um esforço arriscado para
penetrar no mercado de bens
de consumo eletrônicos.
Howard Stringer, presidente-executivo da Sony, subiu ao
palco para declarar que incluiria o software do Google em
seus televisores e em seus aparelhos de Blu-ray.
O executivo estava acompanhado dos presidentes da Best
Buy, Adobe, Intel, Dish Networks e Logitech, empresas
que apoiam o novo software.
Eric Schmidt, presidente-executivo do Google, ressaltou
que as pessoas vinham falando
em levar a internet para a TV há
duas décadas.
"É muito mais difícil combinar uma tecnologia com 50
anos de idade e uma tecnologia
novíssima do que muitos de
nós, oriundos da nova tecnologia, imaginávamos", declarou.
Os aparelhos equipados com
o Google TV também poderão
executar aplicativos criados para os celulares Android e contarão com o navegador Google
Chrome, que permitiria aos
usuários navegar pela web em
seus televisores.
É claro que muitas empresas
já tentaram reduzir a distância
entre televisor e web. TiVo, Boxee, Roku e Vudu produzem
aparelhos que oferecem diversos vídeos de internet em televisores. Mas todas elas enfrentaram dificuldades para conquistar a adesão dos consumidores convencionais.
A Roku vendeu mais de 500
mil aparelhos, mas suas vendas
só decolaram quando o preço
caiu abaixo de US$ 100, segundo Anthony Wood, presidente-executivo do grupo.
Aposta no Android
Os fabricantes de televisores
já vendem TVs que permitem
acesso limitado a conteúdo da
internet. É provável que esses
televisores respondam por um
quarto das vendas de TVs neste
ano, especulam os analistas.
O problema é que os consumidores nem mesmo sabem
que estão adquirindo esses recursos, e usualmente tomam
suas decisões de compra baseados no tamanho e na aparência
do aparelho.
Uma vantagem que o Google
afirma ter ao cortejar fabricantes de televisores é o sucesso de
sua plataforma Android para
celulares. Empresas como a LG
e a Sony já vendem celulares
equipados com o software. Segundo o Google, 100 mil novos
celulares equipados com o Android são habilitados a cada dia.
Vic Gundotra, vice-presidente de engenharia do Google,
disse acreditar que a inovação
não pode vir de uma pessoa só,
mas de todos.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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