São Paulo, quinta-feira, 21 de junho de 2007

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Registro em carteira cresce e diminui o déficit do INSS

Saldo negativo previsto para 2007 agora é de R$ 44,755 bi, e não mais de R$ 46,4 bi

Receita de janeiro a maio deste ano é de R$ 52,22 bi, contra R$ 69,73 bi gastos pela Previdência para o pagamento de benefícios


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O desempenho favorável do mercado de trabalho formal fez com que a arrecadação da Previdência Social passasse a crescer em taxas superiores às das despesas com o pagamento de benefícios neste ano. De janeiro a maio, a receita previdenciária aumentou 10,3% em relação a igual período de 2006. As despesas, 9,3%.
"Neste ano, estamos vendo uma evolução mais favorável da arrecadação. É o primeiro ano em que a receita cresce em taxa superior à da despesa", afirmou ontem o secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer. No ano, a arrecadação líquida já soma R$ 52,221 bilhões, enquanto as despesas totalizam R$ 69,729 bilhões.
A diferença entre receita e despesa, no entanto, ainda resulta em déficit expressivo: R$ 17,507 bilhões. O número, em termos reais, é 6,5% maior que o verificado no período de janeiro a maio de 2006.
"Esse crescimento está dentro das nossas projeções. É reflexo do aumento do salário mínimo, que vem sendo reajustado acima da inflação."
No mês passado, o caixa da Previdência sofreu o primeiro impacto do reajuste do piso salarial em 8,57% a partir de abril deste ano. Na mesma data, foram corrigidos pela inflação os benefícios previdenciários acima do salário mínimo.
Por causa dos reajustes, o déficit de maio alcançou R$ 3,349 bilhões -aumento de 16,6% em relação a abril. Quando se compara o resultado com o de maio do ano passado, constata-se queda no déficit.
A Previdência justifica a queda com a melhoria do mercado de trabalho neste ano. Isso impulsionou a arrecadação, que atingiu valor histórico no mês passado. Em maio, a receita previdenciária alcançou R$ 10,837 bilhões, maior valor registrado em um mês -exceto os meses de dezembro, quando há recolhimento de contribuições sobre o 13º e sobre o salário de novembro.
"Nunca arrecadamos tanto em um mês. Ficou acima do esperado", declarou Schwarzer. Ele também se surpreendeu com o desempenho das despesas. Embora já fosse esperado aumento dos gastos por conta da elevação do salário mínimo e da correção dos demais benefícios, o valor verificado ficou abaixo do previsto.
Com as surpresas do mês, a Previdência decidiu rever as projeções para o ano pela quarta vez. O déficit estimado para 2007 agora é de R$ 44,755 bilhões -e não mais de R$ 46,4 bilhões, adiantou o secretário.
"Foi um resultado favorável, pois, mesmo com o aumento do mínimo, o déficit de maio ficou abaixo de R$ 3,7 bilhões, como estamos prevendo. Isso mostra o aumento da massa salarial e dos índices de ocupação formal, elevando a arrecadação da Previdência", avalia Denis Blum, analista da Tendências. Ele afirma que a consultoria também revisará suas projeções para o ano, mas avisa que o número será menos "otimista" que o do governo. (JS)


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