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Registro em carteira cresce e diminui o déficit do INSS
Saldo negativo previsto para 2007 agora é de R$ 44,755 bi, e não mais de R$ 46,4 bi
Receita de janeiro a maio deste ano é de R$ 52,22 bi, contra R$ 69,73 bi gastos pela Previdência para o
pagamento de benefícios
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O desempenho favorável do
mercado de trabalho formal fez
com que a arrecadação da Previdência Social passasse a crescer em taxas superiores às das
despesas com o pagamento de
benefícios neste ano. De janeiro a maio, a receita previdenciária aumentou 10,3% em relação a igual período de 2006.
As despesas, 9,3%.
"Neste ano, estamos vendo
uma evolução mais favorável
da arrecadação. É o primeiro
ano em que a receita cresce em
taxa superior à da despesa",
afirmou ontem o secretário de
Previdência Social, Helmut
Schwarzer. No ano, a arrecadação líquida já soma R$ 52,221
bilhões, enquanto as despesas
totalizam R$ 69,729 bilhões.
A diferença entre receita e
despesa, no entanto, ainda resulta em déficit expressivo: R$
17,507 bilhões. O número, em
termos reais, é 6,5% maior que
o verificado no período de janeiro a maio de 2006.
"Esse crescimento está dentro das nossas projeções. É reflexo do aumento do salário mínimo, que vem sendo reajustado acima da inflação."
No mês passado, o caixa da
Previdência sofreu o primeiro
impacto do reajuste do piso salarial em 8,57% a partir de abril
deste ano. Na mesma data, foram corrigidos pela inflação os
benefícios previdenciários acima do salário mínimo.
Por causa dos reajustes, o déficit de maio alcançou R$ 3,349
bilhões -aumento de 16,6% em
relação a abril. Quando se compara o resultado com o de maio
do ano passado, constata-se
queda no déficit.
A Previdência justifica a queda com a melhoria do mercado
de trabalho neste ano. Isso impulsionou a arrecadação, que
atingiu valor histórico no mês
passado. Em maio, a receita
previdenciária alcançou R$
10,837 bilhões, maior valor registrado em um mês -exceto
os meses de dezembro, quando
há recolhimento de contribuições sobre o 13º e sobre o salário de novembro.
"Nunca arrecadamos tanto
em um mês. Ficou acima do esperado", declarou Schwarzer.
Ele também se surpreendeu
com o desempenho das despesas. Embora já fosse esperado
aumento dos gastos por conta
da elevação do salário mínimo e
da correção dos demais benefícios, o valor verificado ficou
abaixo do previsto.
Com as surpresas do mês, a
Previdência decidiu rever as
projeções para o ano pela quarta vez. O déficit estimado para
2007 agora é de R$ 44,755 bilhões -e não mais de R$ 46,4
bilhões, adiantou o secretário.
"Foi um resultado favorável,
pois, mesmo com o aumento do
mínimo, o déficit de maio ficou
abaixo de R$ 3,7 bilhões, como
estamos prevendo. Isso mostra
o aumento da massa salarial e
dos índices de ocupação formal, elevando a arrecadação da
Previdência", avalia Denis
Blum, analista da Tendências.
Ele afirma que a consultoria
também revisará suas projeções para o ano, mas avisa que o
número será menos "otimista"
que o do governo.
(JS)
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